Código do “PS” – lei 7/2009
O novo Código Laboral - Lei 07/2009 - entrou em vigor no dia 17 de Fevereiro, como todos sabemos. Ou seja, o Código Laboral de Bagão Félix – a Lei 99/2003 – não passou da meninice porque não atingiu sequer os seis anos de vigência.
Quem se recordar das “cobras e lagartos” que o Partido Socialista, então na Oposição, disse da Lei 99/2003 seria levado a pensar que a pressa na sua alteração teria como objectivo retirar da lei os aspectos mais gravosos para os trabalhadores e, dessa forma, o PS – agora no Governo e com maioria absoluta - estaria a ser coerente com a sua postura no ano de 2003 para já não referir as obrigações que tem para com a classe trabalhadora.
Era bom, não era? O problema é os partidos do chamado “arco governativo” têm uma postura enquanto oposição que depois esquecem quando são governo. Com uma agravante: O Partido Socialista – deixo ao critério de quem lê o uso de aspas ou de um ponto de interrogação – conseguiu fazer um Código ainda mais violento do que o anterior!
O que mudou para que o PS desdissesse tudo que pregava em 2003?
Será que a apregoada “rigidez das leis do trabalho” tudo justifica, num país onde é facílimo o despedimento colectivo? Ou é a necessidade de melhorar a sacrossanta Economia que permite que os trabalhadores sejam apenas mais uma peça da engrenagem que os tritura para produzir riqueza?
Reparem que o próprio Bagão Félix ficou surpreendido com a postura deste partido que, quer queiramos quer não, possui grande implantação no mundo do trabalho.
É caso para dizer que com amigos destes (PS) não precisamos de inimigos (PSD e CDS).
Mas eis que alguns deputados daquele partido – fazendo coro com o patrão dos patrões, Francisco Van Zeller - pedem que algumas das cláusulas não sejam aplicadas este ano devido à crise, dizem.
Será que se arrependeram da malfeitoria que fizeram a quem trabalha?
Ou apenas se referem às cláusulas que penalizam os contratos a prazo e às que tornam legais os eternos recibos verdes?
Em 2009, para além da crise, também teremos três actos eleitorais e este facto é, quanto a nós, um excelente motivo para adiar ou esconder algo que nos recorda que o PS conseguiu governar mais à direita do que o PSD ou do próprio CDS.
Por isso, e uma vez que há partidos que contam com uma eventual falta de memória dos eleitores em geral, cabe-nos a nós, trabalhadores cada vez mais vilipendiados nos nossos direitos, fazermos ouvir a nossa voz de modo a despertarmos todos aqueles que se deixaram embalar ao som da cantilena “chuchialista”, recordando que as vozes das sereias atraem para o abismo quem se deixa enfeitiçar por elas.
Ah! Entretanto esqueceram-se de colocar as sanções pelo incumprimento das normas sobre a Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho! É muito conveniente, não acham? Mas não nos preocupemos porque para o Ministro do Trabalho tudo não passou de um “lamentável lapso”.
A nossa vontade era apenas pedir a estes fazedores de leis que comessem menos queijo mas, porque devemos dizer sempre a verdade, diremos que eles para pouco mais servem do que levantar e baixar o braço aquando das votações, quais socráticas marionetas sem vontade própria.
Já agora, se estes Srs. estivessem sujeitos à Lei 07/2009 (o Código Laboral do PS) poderiam ser despedidos com justa causa por inadaptação ao posto de trabalho?
05 de Março 2009
Quem se recordar das “cobras e lagartos” que o Partido Socialista, então na Oposição, disse da Lei 99/2003 seria levado a pensar que a pressa na sua alteração teria como objectivo retirar da lei os aspectos mais gravosos para os trabalhadores e, dessa forma, o PS – agora no Governo e com maioria absoluta - estaria a ser coerente com a sua postura no ano de 2003 para já não referir as obrigações que tem para com a classe trabalhadora.
Era bom, não era? O problema é os partidos do chamado “arco governativo” têm uma postura enquanto oposição que depois esquecem quando são governo. Com uma agravante: O Partido Socialista – deixo ao critério de quem lê o uso de aspas ou de um ponto de interrogação – conseguiu fazer um Código ainda mais violento do que o anterior!
O que mudou para que o PS desdissesse tudo que pregava em 2003?
Será que a apregoada “rigidez das leis do trabalho” tudo justifica, num país onde é facílimo o despedimento colectivo? Ou é a necessidade de melhorar a sacrossanta Economia que permite que os trabalhadores sejam apenas mais uma peça da engrenagem que os tritura para produzir riqueza?
Reparem que o próprio Bagão Félix ficou surpreendido com a postura deste partido que, quer queiramos quer não, possui grande implantação no mundo do trabalho.
É caso para dizer que com amigos destes (PS) não precisamos de inimigos (PSD e CDS).
Mas eis que alguns deputados daquele partido – fazendo coro com o patrão dos patrões, Francisco Van Zeller - pedem que algumas das cláusulas não sejam aplicadas este ano devido à crise, dizem.
Será que se arrependeram da malfeitoria que fizeram a quem trabalha?
Ou apenas se referem às cláusulas que penalizam os contratos a prazo e às que tornam legais os eternos recibos verdes?
Em 2009, para além da crise, também teremos três actos eleitorais e este facto é, quanto a nós, um excelente motivo para adiar ou esconder algo que nos recorda que o PS conseguiu governar mais à direita do que o PSD ou do próprio CDS.
Por isso, e uma vez que há partidos que contam com uma eventual falta de memória dos eleitores em geral, cabe-nos a nós, trabalhadores cada vez mais vilipendiados nos nossos direitos, fazermos ouvir a nossa voz de modo a despertarmos todos aqueles que se deixaram embalar ao som da cantilena “chuchialista”, recordando que as vozes das sereias atraem para o abismo quem se deixa enfeitiçar por elas.
Ah! Entretanto esqueceram-se de colocar as sanções pelo incumprimento das normas sobre a Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho! É muito conveniente, não acham? Mas não nos preocupemos porque para o Ministro do Trabalho tudo não passou de um “lamentável lapso”.
A nossa vontade era apenas pedir a estes fazedores de leis que comessem menos queijo mas, porque devemos dizer sempre a verdade, diremos que eles para pouco mais servem do que levantar e baixar o braço aquando das votações, quais socráticas marionetas sem vontade própria.
Já agora, se estes Srs. estivessem sujeitos à Lei 07/2009 (o Código Laboral do PS) poderiam ser despedidos com justa causa por inadaptação ao posto de trabalho?
05 de Março 2009
A Direcção da USSines
15 comentários:
aqui o blogomaniaco, o fundamental, etc..., não têm tempo de cá vir não interessa
Com Socrates estamos garantidos, vão para trás do castelo ver o mar e calam-se
Uma interpretação do novo Código Laboral à "PCP".
Apenas poderíamos vislumbrar uma posição diferente no dia em que a AR decidisse aprovar a proibição dos despedimentos, trazendo a cultura tipicamente dinossáurica do PCP para as normas laborais.
De facto, só nos espíritos mais loucos e desconectados do mundo real, tal qual Louçã, poderíamos ver tal lei aprovada.
De facto o PCP contínua com o seu grande problema de sempre, o viver num tempo que já não existe e a sua visão muito própria do Mundo.
A URSS já não existe, Cuba e a Coreia do Norte não são, claramente, regimes democráticos.
Na verdade, hoje, o mercado do trabalho faz-se pela competência e pelo profissionalismo, constituindo o emprego para a vida uma raridade.
O trabalho, cada vez mais, constitui um factor de produção, em constante mobilidade, onde apenas os bons podem triunfar e fazer uso desse mesmo mercado.
Obviamente que nunca poderemos descuidar a variável social, fulcral para qualquer sociedade.
Contudo, como não gosto da mediocridade, parece-me fazer todo o sentido apostar num mercado laboral crescentemente competitivo.
ps: também eu sou trabalhador precário "geração recibos verdes"
pf
Na oposição o PS disse:"o Código do Bagão é um míssil de longo alcance contra os direitos dos trabalhadores."
E a promessa eleitoral de rever o Código Bagão Félix com base nas propostas que o próprio PS apresentou na Assembleia quando estava na oposição ??
FICOU NA GAVETA!
Caro PF
Ao que parece, neste texto tenta fazer-se a comparação entre a postura do PS enquanto Oposição e o PS enquanto Governo no que ao Código laboral diz respeito.
Ninguém fala em proibir os despedimentos mas entendo que os mesmos só devem ser permitidos quando houver uma razão que o justifique e que estes não dependam do livre arbítrio do patrão. Para além do mais, é um facto indesmentível que em Portugal os despedimentos são amplamente facilitados.
Permita-me uma pergunta: Notou alguma melhoria na nossa Economia desde 2003, ano em que foi publicado o 1º Código Laboral? Recordo que foi essa a premissa apresentada para justificar aquela Lei.
Vejo que aplica a teoria de Darwin ao mercado de trabalho! Na sua opinião, “apenas os bons podem triunfar e fazer uso desse mesmo mercado” !
Eu espero bem que esteja a ser irónico porque senão, a seguir, vai dizer que os “incapazes” devem ser exterminados - usando talvez a “Solução Final” - até porque, desta forma, reduziria o número de desempregados. Já agora, e mal perguntando, que pensa fazer aos coxos, aos cegos e outros deficientes? Imagino a resposta…
Peço desculpa por ir buscar exemplos estrangeiros mas foi o meu caro PF que me deu a ideia, ao falar na URSS, na Coreia do Norte ou em Cuba, países cuja situação, passada ou presente, nada tem que ver com o assunto em questão, a não ser que tenha sido uma crise de bílis mais ou menos socialista, dor essa que eu tento perceber, mas que até hoje não tenho conseguido.
Muito bem! Afinal o meu caro PF tem preocupações sociais! Mas diga-me:
De que forma concretizaria essas preocupações? Se, no seu entender, “apenas os bons podem triunfar e fazer uso desse mesmo mercado”, de que forma compensaria os restantes? Pergunto partindo do princípio de que não faria uso da dita Solução.
E pronto! O meu caro PF não gosta da mediocridade e por isso só acredita “num mercado laboral crescentemente competitivo”.
E quem define quem é ou não medíocre? Será o meu caro PF? Será o Presidente da República? Ou o Primeiro-ministro? Será o patrão?
Ou…Ia a perguntar se será a cor do cartão partidário mas não quero ofendê-lo, meu caro PF.
Afinal de contas eu acredito na democracia mas é por isso mesmo que não aceito que um qualquer comissário político produza declarações sem que as substancie.
Por último, e porque diz que “também eu sou trabalhador precário "geração recibos verdes", está mesmo convencido de que o novo Código Laboral vai resolver a sua situação laboral ou está conformado porque, na opinião de alguém e peço desculpa pela pergunta, o meu caro PF também é considerado medíocre?
A interpretação que pf faz do texto apresentado, é sem dúvida nenhuma uma interpretação inquinada pelas suas amarras a um poder cada vez menos democrático e desrespeitador da liberdade.
Diz que também trabalha a recibo verde. É óbvio que há muitos recibos verdes legais mas, recomendamos-lhe que abra bem os olhos porque a precariedade está em cada esquina, em cada canto. Pior cego não é o que não tem olhos!
Caríssimo Marius Herminius,
Primeiramente, deixe-me que lhe diga que não é, de todo, minha pretensão entrar num bate boca de equívocos que apenas resultam do factor desconhecimento da minha pessoa e de incorrecta e extrapoladas interpretações de um mero comentário.
Concordo consigo que o post se refere à dualidade de posições do PS quando governo e enquanto oposição no entanto, nada me impede de interpretar o referido post e nele ver um conteúdo claramente condizente com o que dizem os partidos mais à esquerda.
Passando a comentar algumas das insinuações e grosseiras interpretações, começo por lhe dizer que não abdiquei da minha independência pelo que, a sua ira contra comissários políticos não se dirige certamente à minha pessoa.
De facto, não tenho qualquer filiação política, nem estou conotado politicamente com qualquer cor política e, tal como o Sr., também eu abomino os seres politicamente instrumentalizados e desprovidos de autonomia intelectual.
Seguidamente, deixe-me que lhe diga que me considero uma pessoa bastante razoável e com capacidades intelectuais que me permitem ser moderado e racional nos meus comentários.
Relativamente ao Código Laboral, certamente concordará comigo que não é apenas um Código Laboral que conduz ao crescimento da Economia. Na verdade, apenas um conjunto integrado de reformas, conjuntamente com uma flexibilização das Leis Laborais poderá contribuir para o crescimento da economia.
Também concordo que os despedimentos deverão ser a última opção, não devendo o argumento da crise servir como subterfúgio para facilitar os despedimentos.
Contudo discordo que os despedimentos estejam largamente facilitados pelas leis laborais, e tal situação deverá ser casuisticamente analisada.
Quanto à invocada Lei de Darwin e consequente “Solução Final”, recuso-me a comentar as suas dissertações sobre pretensas posições defendidas por mim. Contudo, sempre lhe direi, reforçando o que referi supra, que sou uma pessoa dotada de uma razoabilidade e racionalidade que certamente iria esbarrar no absurdo e despropósito de tais posições.
Efectivamente defendo que “apenas os bons podem triunfar e fazer uso desse mesmo mercado” mas não caminho para as suas invocadas teorias.
Defendo esta máxima pois acho que as pessoas têm de se valorizar, estudar, potenciar as suas capacidades se querem de facto ser competitivas neste mercado. Não podem determinadas pessoas continuar a achar que existem os empregos para a vida e continuar agarradas aos postos num desconcertante comodismo.
As pessoas têm de ser exigentes, e continuamente querer crescer, daí o meu combate à mediocridade.
É precisamente neste papel da educação e da formação que o Estado terá de ter um papel essencial, por forma a dotar as pessoas das competências fulcrais para obterem o sucesso e a realização profissionais.
Quanto aos recibos verdes, sendo profissional independente, advogado-estagiário, não tenho grandes opções e, certamente, também acharia bem que o regime dos trabalhadores independentes fosse minimamente equiparado ao dos trabalhadores dependentes, designadamente, ao nível da cobertura das eventualidades em sede da segurança social.
E não, não tenho pretensões nem tenho ilusões que o novo Código do Trabalho irá resolver a situação dos recibos verdes.
Por fim, o conformismo não é, nem nunca será, característica da minha pessoa e felizmente não padeço de qualquer complexo de mediocridade, nem subestimo as minhas capacidades.
Na verdade, nos meus 24 anos, triste e limitado seria ter posição diferente e, atento o percurso que tenho pela frente e a minha exigência de exigência não me enquadro nessa situação
Por isso, peço-lhe encarecidamente que, da próxima vez, evite essa postura de ira e de presunções e pensamentos que desvirtuam completamente aquilo que sou e penso, ainda que camuflado nesta blogosfera.
Em suma, se de facto acredita e valoriza a Democracia cometeu um erro crasso, pensar que todos aqueles que criticam têm, forçosamente, que ter posições extremistas.
pf
Marius, Já viu a "pinta" deste pf?
Falou, falou, dissertou, promoveu-se, confessou-se mas, acabou por se identificar ideologicamente mas só isso!
Vem defender o indefensável depois de fazer inicialmente o papel de "kalimero", ora bolas... Quando vi tamanho texto pensei que iria aprender algo.Ao longo do mesmo percebi que uma pessoa formada em direito teria algo a ensinar nas, foi um "flope"
Da forma como fala, ou escreve, até parece que não conhece o país real (se calhar não conhece mesmo e isso não é grave). Mas isso aprende-se com o tempo e com a vivência. Não com um curso de direito.
Está perdoado pelos seus florescentes 24 anitos mas, pareceu-me que com essa proza todo, o Marius ainda vai ter que lhe pedir desculpa...
Caro forasteiro,
De facto os cursos mais não são do que uma ferramenta que cada um potencia e utiliza como quer.
Excusado será dizer que não são as licenciaturas que dotam as pessoas das "soluções mágicas", apenas nos conferem uma visão mais profunda e integral de determinadas temáticas, tornando-nos aptos ao exercício de profissões técnicas como a advocacia.
Contudo, não deixo de notar uma certa frustração e complexo quanto às licenciaturas, elucide-me...
Quanto ao conhecimento do mundo real, talvez tenha uma visão privilegiada deste, contudo, acredite, que o exercício da advocacia nos permite ter uma visão bem mais real deste mundo.
Na verdade, procuro estar o mais ciente possível do mundo real, combatento esse umbiguismo e clausura da sociedade em geral.
Quanto ao "flop", terei todo o interesse em debater consigo sobre questões realmente importantes, já que, pela retórica, parece-me ser uma pessoa profundamente conhecedora do país real e cheia de ideias defensáveis.
Já agora, dispenso o tom paternalista.
pf
Vá chamar pai a outro! É apenas uma forma de começar (não me leve a mal),o que tão despropositadamente acabou...
Quero apenas dizer-lhe meu caro pf que nada tenho contra as Licenciaturas, antes pelo contrário! Oxalá houvesse muitas mais mas não desempregadas ou em caixas de supermercado...Portanto se inferiu alguma frustração, pecou o que para um futuro advogado ainda vai a tempo de afinar essa irreverência saudável...
Mas deixe-me que lhe diga sem qualquer sentido de ofensa:
Lute, continue porque pode ir longe. O mundo não é preto e branco. Há várias cores intermédias. verifique o disco de Newton depois de parado e chegará a essa conclusão.
Se valer a pena, até posso vir a discutir consigo alguns conceitos até de cidadania mas lanço-lhe um desafio que n é obrigado, como é óbvio a aceitar:
Elenque as vantagens do Código do trabalho do PS e mais, compare-as com as vantagens do anterior. Mais complicado vai ser (e isso já não lhe peço), é convencer a generalidade dos trabalhadores assalariados que estas medidas são boas para eles!
Caro PF
O meu comentário ao seu comentário teve pelo menos uma vantagem: Obriguei-o a vir a terreiro explicar-se.
Obriguei-o a mostrar-se; a dizer quem era e o que fazia.
É que, ao ler o seu 1º comentário, nada vazia transparecer que tal arrazoado de palavras tinha sido escrito por um advogado-estagiário. Mais parecia um texto escrito por um, isso sim e repito, comissário político.
Diz-se ser alguém bastante razoável mas, no entanto, no seu 1º comentário resumiu o texto sobre o Código Laboral a uma mera interpretação “à PCP”. Se isto é ser razoável, então estamos conversados. E depois, é crime ter uma posição/opinião de partidos mais à esquerda do PS? E se fosse à direita, já estaria de acordo?
Mas está bem. Lá reconheceu, talvez muito a custo, que estava em causa a posição do PS, antes e agora.
Refere que só a “flexibilização das Leis Laborais poderá contribuir para o crescimento da economia”. Vejamos:
O autor da 1ª versão do Código Laboral, Dr. Bagão Félix, criticou esta 2ª versão porque mais penalizante para os trabalhadores e, essencialmente, porque os patrões nunca usaram as normas que já existem na 1ª versão para poderem ajustar os efectivos às necessidades das empresas. Sabe porquê, meu Caro PF? Porque isso dá trabalho! Porque isso obriga a negociar com os sindicatos, enquanto o que os patrões preferem é poder despedir sem dar justificações a ninguém. Está de acordo com isto? Acha bem um qualquer trabalhador poder ser despedido sem mais nem menos? Mas é este o sonho dos patrões, acredite. E a prova é que já se começam a ouvir as primeiras críticas dos patrões ao Código Laboral do PS, que ainda nem saiu das gavetas da Assembleia da República…
Mas, e apesar de todos os constrangimentos, Portugal é dos países europeus onde estão mais facilitados os despedimentos colectivos.
Ainda quanto aos factores que potenciam o crescimento da Economia, deixe-me dizer-lhe o seguinte: O meu Caro PF sabe que a maioria dos patrões portugueses têm pouco mais do que o ensino básico?
Se os trabalhadores portugueses espalhados por esse Mundo fora estão muito bem vistos pela capacidade e qualidade do trabalho que desenvolvem, por que razão cá são vistos como os causadores do nosso paupérrimo desenvolvimento? Não terá uma coisa a ver com a outra? Será que duma deficiente organização do trabalho – que é da responsabilidade do patrão – resultará boa produtividade? A resposta é-nos dada pela nossa realidade.
Se reler o seu texto, verá que a resposta que merece ao afirmar que só os competentes merecem ter acesso ao mercado de trabalho é aquela que eu lhe dei. Mas é como acima refiro: Obriguei-o a vir esclarecer as suas opiniões, o que só enriquece o debate.
Estou de acordo consigo quando defende a educação como meio de alcançarmos a excelência mas não esqueça que Portugal continua a ter graves lacunas na Educação e não é escorraçando os menos letrados que vamos a lugar algum. Há que dar tempo ao tempo até porque não são só os trabalhadores que estão mal preparados. Tente aplicar a sua teoria, com a qual concordo - repito - aos nossos governantes e diga-me que conclusões tira. Os bons exemplos vêm (ou deveriam vir) do Alto…
Quanto ao restante, e como decerto compreenderá, não tive intenção de o ofender e nem sequer estava irado. Quanto à presunção, esta é como a água benta: Cada um toma a que quer. Tal como eu entendo que devo explicar as minhas opiniões, sinto-me no “direito” de exigir o mesmo aos outros.
Já que o meu caro PF se “apresentou”, eu farei o mesmo. Sou trabalhador por conta de outrem e não sou doutor. Não sou filiado em partido algum porque, como dizia Groucho Marx, nunca aceitaria ser membro de um partido que me aceitasse como militante…
A diversidade ideológica e as diferenças de opinião são, sem dúvida, um pilar fulcral em qualquer Democracia.
Como tal, nada tenho contra pessoas que defendem ideais à esquerda do PS, valorizando e fomentando esse mesmo debate pois, acredito, que qualquer sociedade só tem a ganhar com esta osmose ideológica.
Limitados são aqueles que defendem ideais sem que possam perceber o porquê de não defenderem outros, isto é, qualquer debate, quando fundamentado e ideologicamente sustentado, constitui uma boa base de ensinamentos.
Talvez por ter esta visão das diversidades, seja o primeiro a espicaçar as mentes dos que me rodeiam, combatendo uma certa apatia e vazio ideológico que reina na nossa sociedade.
Obviamente que temos posições diferentes em muitas questões no entanto, consigo concordar consigo em muitas outras.
Na verdade, não partilho consigo essa visão eminentemente dualista das relações laborais, assente nos malvados patrões e nos pobres trabalhadores.
Defendo, também, que os despedimentos não podem ser a única opção a ponderar pelos patrões, no entanto, acredito e penso, que não podem os patrões estar inibidos de o fazer.
Outra questão será qual o papel do Estado no apoio a esses trabalhadores e a elasticidade do próprio mercado do trabalho para reintegrar esses mesmos trabalhadores.
Não nos podemos esquecer que os privados assumem um papel essencial no mercado, constituindo elemento dinamizador e criador de empregos, pelo que, me parece manifestamente penoso, verificadas determinadas vicissitudes, não poderem os mesmo despedir trabalhadores.
É óbvio que qualquer empresa tem por objectivo gerar lucros, contudo, não podemos ver tal objectivo como elemento perturbador da sociedade. Certamente conhecerá exemplos de empresas com lucros que não descuraram o seu papel social.
Além disso, não pode a situação ser sempre analisada no prisma dos trabalhadores, sob penas de se inquinar à partida qualquer análise. Pelo que lhe pergunto, imagine que tinha uma empresa com cerca de 30 trabalhadores que começava a gerar prejuízos e, de acordo com os elementos que dispunha a redução dos recursos humanos permitiria assegurar a laboração da empresa e a manutenção de 20 dos 30 postos de trabalho.
Seria preferível chegar a uma situação de insolvência ou preferiria assegurar esses 20 postos de trabalho?
Coloco-lhe esta questão visto que, acredito que, nunca hiperbolizando o facilitismo, existem situações que justificam os despedimentos.
Os sindicatos, que revestem um papel essencial na defesa dos interesses dos trabalhadores, muitas vezes, são os próprios a assumir uma posição inflexível subvertendo qualquer lógica de negociação e diálogo.
Quanto à formação, temos de começar por algum lado, e concordo que a escola de hoje precisa de um reajustamento, de uma reestruturação para que possamos ter uma formação mais exigente e com mais qualidade.
Contudo não pode esse papel ser totalmente delegado na Escola, todos nós, famílias, temos um papel essencial nessa formação. Parece-me incompreensível o papel que muitos dos pais assumem hoje em dia.
Existe um afastamento contínuo da escola e um desinteresse generalizado, contando com a total complacência dos pais ausentes e alheados da formação.
Também defendo que devemos ter um ensino mais vocacionado para a vida prática e não excessivamente teórico, como o que temos actualmente. Tal como devemos apostar no ensino com uma componente cada vez mais técnica.
Quanto aos menos letrados, pode o Estado e podem as empresas promover a qualificação dos mesmos. Contudo, muitas das vezes verificamos que, muitos deles, são avessos à mudança e à formação.
Sim, sei que a grande maioria dos empresários têm baixas qualificações, tal como o tecido empresarial português apresenta, maioritariamente, média e pequena dimensão. Contudo também não subestimo o saber empírico, que constitui uma enorme mais valia para qualquer sociedade.
Constitui facto assente que temos imensos portugueses no estrangeiro, cuja competência e trabalho são largamente elogiados. Veja o caso do Luxemburgo, com níveis de produtividade excelentes e com uma larga presença de portugueses.
De facto, sempre me questionei acerca desta pretensa maior produtividade dos portugueses no estrangeiro. Contudo, neste mesmo período tenho chegado à conclusão que tudo passa pela tipologia dos sectores da economia e, mais do que isso, por uma questão cultural.
Sim questão cultural! De facto, verifica-se que em alguns dos países da Europa existe uma maior cultura de empreendedorismo e de rentabilização do trabalho, o que conjugado com uma indústria que gera mais rendimento se consubstancia num maior desenvolvimento da Economia.
Triste será o dia em que começarmos a responsabilizar os trabalhadores pelo inexistente desenvolvimento da economia... Contudo, não podem os trabalhadores ser vistos como algo intocável.
Tal como eu, também terá colegas de trabalho e, certamente, vê que existem alguns mais competentes do que outros.
O problema da falta de crescimento da economia é uma questão bem mais ampla e estrutural que não é redutível à mera relação patrões/trabalhadores. Há mais mundo lá fora.
Quando faz a referência à classe política, consegue perceber o porquê da minha referência e ataque à mediocridade... Contínuo a achar que toda a sociedade está tabelada por baixo, reinando a impunidade total.
De facto, competência, responsabilidade e exigência não são as características que mais reinam na nossa sociedade, independentemente, dos sectores. Contudo, todos continuamos a ser susceptíveis de crítica, pois, no fundo, pouco fazemos activamente para inverter esta situação.
Todos acabamos por ser parte deste comodismo e estatismo, fomentando, por diversas vezes, debates mesquinhos, vazios e nada enriquecedores.
Daí eu defender que a educação é tudo... não podemos exigir exigência e competência a pessoas que foram educadas de acordo com um chique-espertismo, onde quem conseguir ser mais chico esperto do que o outro será o maior.
Contudo, acredito que muito poderá, ainda, ser feito, recusando-me a aceitar e a pactuar com os discursos fatalistas que ultimamente imperam na sociedade.
Acordem-se as mentes, eduque-se o povo e deixemo-nos do eterno complexo de pequenez e certamente poderemos fazer muito.
Ps: Apenas dar nota de que o Novo Código do Trabalho entrou em vigor no dia 17 de Fevereiro.
pf
"Triste será o dia em que começarmos a responsabilizar os trabalhadores pelo inexistente desenvolvimento da economia..."
_____________________
Não é isto que está a acontecer já?!
O resto nem vou comentar por considerar "retórica" e me faltar alguma paciência para discursos feitos para não dizer "fotocopiados" mas, termino dizendo apenas:
Se o Código do trabalho entro en vigor na data que disse (e é verdade), porque é que os principais obreiros já vieram a público solicitar o adiamento da data da entrada em vigor, alegando o factor crise?
Não precisa gastar o seu "latim" a responder!
Caro forasteiro,
Quanto à retórica, presumo que seja o adjectivo que utiliza para qualificar todas as opiniões que não sejam coincidentes com a sua.
Pena que os gregos lhe dessem tanta importância...
Paralelamente, causa-me alguma estranheza e incómodo o discurso eminentemente destrutivo e nada enriquecedor.
De facto, a sua posição limita-se à crítica, sem que se digne emitir qualquer juízo ou argumento sobre as temáticas.
Essa fixação pelo Código Laboral, que parece transmitir uma imagem de profundo conhecedor do diploma legal intriga-me...
Pelo que, lhe pergunto se por acaso já leu o diploma na sua integralidade? Conhecia igualmente o anterior diploma? Ou limita-se a "fotocopiar" aquilo que outro alguém apregoa?
Quando digo "Triste será o dia em que começarmos a responsabilizar os trabalhadores pelo inexistente desenvolvimento da economia..."
Digo-o, pois, tal comentário redutor demonstra pura ignorância.
E já agora, pode dizer-me onde tem ouvido de forma tão enfática tal comentário? Considero-me uma pessoa bem informada e nunca vi tal personificação do fraco desenvolvimento económico.
Permita-me que o aconselhe a observar e analisar com mais atenção os aspectos relacionados com a fiscalidade e variáveis económicas e, talvez, perceba que nem tudo se resume ao Código do Trabalho.
De facto, estes aspectos têm muito mais influência no desenvolvimento da economia...
Conhece algumas das medidas fiscais criadas pelo OE 2009 em sede de IRC para ajudar as PME's?
Já agora, "O Código do trabalho entrou em vigor na data que disse, porque é que os principais obreiros já vieram a público solicitar o adiamento da data da entrada em vigor, alegando o factor crise?"
Tem respostas para as suas próprias questões?
Enfim, liberte as amarras laborais e permita-se conhecer e opinar construtivamente sobre outras realidades
pf
"Essa fixação pelo Código Laboral, que parece transmitir uma imagem de profundo conhecedor do diploma legal intriga-me..."
Não ponha mais na carta. Identificou-se e identificou os argumentos que sustentam a sua viabilidade como profissional ainda estagiário.
Auguro-lhe um futuro brilhante numa sociedade daz de conta.
Quanto ás amarras, meu caro jovem, já aprendeu a desamarrar-se das suas?
Sem querer ser "grosso" consigo, longe de mim ser mal educado até porque não tenho prazer em conhece-lo, só que quero dizer que aquilo que você diz saber ( e parece que sabe muito), a mim já me vai esquecendo. Só lhe desejo que na sua futura vida de Advogado não tenha alguns "revezes" pela forma como coloca as coisas, essas sim, Com Amarras.
O Código infelizmente não é mau para todos. Você que é inteligente sabe porquê. (sem intrigas)
Enfim, mais um não comentário...
No entanto, gabo-lhe a ousadia e perspicácia ao formular juízos sobre a minha viabilidade como profissional...
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