sexta-feira, 13 de março de 2009

Correio dos leitores

DECLARAÇÃO

O argumento da «crise», utilizado pela CN/GRUPO EDP e REN, para justificar a sua posição negocial, é, como se previa, um falso fundamento, comprovado pela apresentação dos lucros líquidos de 2008, que atingiram o valor «único» de 1.212,3 milhões de euros.
Assumir um aumento de 12% dos dividendos para os accionistas, aos quais serão distribuídos cerca de 512 milhões de euros, e não querer repartir nos salários dos trabalhadores a riqueza por estes criada é a todos os títulos inaceitável.
Não é possível utilizar a «crise» como argumento na negociação salarial dos trabalhadores quando, em 2007, os (7) sete elementos que compõem o CAE (Conselho de Administração Executivo) auferiram de prémios, mais de 3,4 milhões de euros, valor que permitiria um acréscimo salarial mensal de 37,24€ para cada um dos 6.582 trabalhadores abrangidos pelo ACT da EDP
A CNS/FIEQUIMETAL reafirma a sua disponibilidade negocial mas considera insuficientes os valores propostos pela empresa.
Assim, reclama da CN/GRUPO EDP e REN a alteração da sua posição negocial, tendo em conta os resultados obtidos, a repartição dos ganhos de produtividade, bem como o aumento dos subsídios de turnos e folgas rotativas, de forma a minimizar os prejuízos destes trabalhadores.

Lisboa, 11 de Março de 2009


A CNS/FIEQUIMETAL

4 comentários:

Anónimo disse...

Enquanto as empresas discutem despedimentos, outros discutem aumentos.

Prescidam dos aumentos e exijam em troca a criação de postos de trabalho, proporcionais aos aumentos que não receberiam. Ai sim, teriamos sindicalismo, solidariadade e humanismo

Anónimo disse...

Grande piada caro anónimo!
Será que este anónimo é algum mexia que recebe por dia cerca de 4mil €?
Até parece que a crise atravessa a EDP e que o anónimo vai pagar os aumentos da energia todo contente. Somos realmente um povo suigeneris!

Marius Herminius disse...

Menos aumentos em troca de mais empregos…

O problema é que, desta forma, não haveria aumentos e também não haveria mais empregos. Se o governo dá benefícios às empresas que criarem postos de trabalho e nós vemos o exército de desempregados a engrossar, acreditam que seria dessa forma que as coisas mudariam?
Reparem neste exemplo:
A lei que permitia a antecipação à reforma foi pensada para rejuvenescer os quadros das empresas, dando trabalho aos mais novos, mas os nossos patrões - espertos que são! - aproveitaram a oportunidade para mandarem os trabalhadores mais velhos para casa, admitindo apenas “meia dúzia” de trabalhadores à procura do 1º emprego.
Resultado? Hoje temos milhares de trabalhadores "reformados" à pressão, com o saber de experiência feito que de nada lhes serve e os jovens continuam desempregados. Esta situação levou a que o volume de descontos para a Segurança Social diminuísse drasticamente, na proporção inversa das reformas que passou a pagar.

Por isso, meu caro Anónimo (mais um…), o flagelo do desemprego não se resolve com demagogias mas sim com políticas sérias e estas só serão possíveis com Políticos sérios e com Empresários (que não patrões, entenda-se a diferença) igualmente sérios, sem esquecer os Sindicatos, eficazes a defender o melhor para os trabalhadores, com ou sem emprego.
A continuar assim, ainda verei aqui expressa a seguinte opinião: “Se não há emprego para todos, então não haverá para ninguém”.
Estou a exagerar? Espero bem que sim.

Quanto ao Grupo EDP/REN, se obteve todos aqueles lucros foi à custa de alguém e nesse “alguém” estão incluídos os administradores; os trabalhadores e os consumidores. Correcto? Se é assim, porque razão é que só os administradores são contemplados na distribuição do “bolo”?

Marius Herminius disse...

Menos aumentos em troca de mais empregos…

O problema é que, desta forma, não haveria aumentos e também não haveria mais empregos. Se o governo dá benefícios às empresas que criarem postos de trabalho e nós vemos o exército de desempregados a engrossar, acreditam que seria dessa forma que as coisas mudariam?
Reparem neste exemplo:
A lei que permitia a antecipação à reforma foi pensada para rejuvenescer os quadros das empresas, dando trabalho aos mais novos, mas os nossos patrões - espertos que são! - aproveitaram a oportunidade para mandarem os trabalhadores mais velhos para casa, admitindo apenas “meia dúzia” de trabalhadores à procura do 1º emprego.
Resultado? Hoje temos milhares de trabalhadores "reformados" à pressão, com o saber de experiência feito que de nada lhes serve e os jovens continuam desempregados. Esta situação levou a que o volume de descontos para a Segurança Social diminuísse drasticamente, na proporção inversa das reformas que passou a pagar.

Por isso, meu caro Anónimo (mais um…), o flagelo do desemprego não se resolve com demagogias mas sim com políticas sérias e estas só serão possíveis com Políticos sérios e com Empresários (que não patrões, entenda-se a diferença) igualmente sérios, sem esquecer os Sindicatos, eficazes a defender o melhor para os trabalhadores, com ou sem emprego.
A continuar assim, ainda verei aqui expressa a seguinte opinião: “Se não há emprego para todos, então não haverá para ninguém”.
Estou a exagerar? Espero bem que sim.

Quanto ao Grupo EDP/REN, se obteve todos aqueles lucros foi à custa de alguém e nesse “alguém” estão incluídos os administradores; os trabalhadores e os consumidores. Correcto? Se é assim, porque razão é que só os administradores são contemplados na distribuição do “bolo”?