“Eu fazia parte da política local e entre 1974 e 1975 estive envolvido em quase tudo o que havia a fazer, desde a Concelhia ao Secretariado do PCP, passando pela ocupação de um café para a instalação de uma cooperativa de consumo.”
“Na campanha eleitoral de 1976 (…) uma das coisas que mais nos marcaram foi a conhecida guerra dos cartazes. De vez em quando havia uma noite mais ‘animada’, em que o pessoal chegava à discussão e até à pancada. Especialmente quando víamos alguém com facas agarradas à ponta de algumas canas para cortar os cordéis dos pendões. As coisas eram de tal forma que acabou por ser comum fazer-se segurança às equipas que iam para a rua colar cartazes.”
“Foi um mandato bastante frutuoso mas, ao mesmo tempo, difícil. Para começar, tivemos de ocupar o edifício dos Paços do Concelho”
“Sines era o exemplo prático de que a teoria da participação popular funcionava (…) continua a ser uma população politicamente esclarecida e participativa.”
“Nunca fiz fosse o que fosse para que o meu nome fosse escolhido pelo PCP para encabeçar as listas. As coisas aconteceram naturalmente e, creio, de uma forma consensual.”
“O crescimento de Sines estava congelado pelo GAS, que nem sequer permitia o licenciamento de novos edifícios. Por exemplo, não teria praia. O plano da administração central era aterrar a praia Vasco da Gama e a zona onde hoje é a marginal, para ali fazer um terminal de carga geral. Não havia o terminal de carvão onde está actualmente, mas sim no meio da baía, não haveria porto de pesca e, provavelmente, teria cinco ou seis mil habitantes.”
Com a vinda do complexo industrial, Sines perdeu algumas das suas características mais importantes, nomeadamente a que lhe permitia um bom crescimento económico, como era o caso das actividades turísticas e comerciais ligadas à pesca e ao mar. Sines descaracterizou-se, nomeadamente do ponto de vista cultural. Hoje, a maior parte dos residentes do concelho não são de cá. Vieram do Barreiro, de Setúbal, das ex-colónias e de diversos outros países. Nos primeiros anos a vida do concelho foi bastante complicada porque a construção do complexo industrial trouxe para cá muitos trabalhadores e, atrás deles, muita prostituição e marginalidade. Quando terminaram todas as obras, em 1984, as coisas começaram a acalmar, muitos trabalhadores radicaram-se cá e trouxeram as famílias e a vida social do concelho estabilizou.
Francisco Pacheco do Ó
Setúbal na Rede, 2002.01.15
“Na campanha eleitoral de 1976 (…) uma das coisas que mais nos marcaram foi a conhecida guerra dos cartazes. De vez em quando havia uma noite mais ‘animada’, em que o pessoal chegava à discussão e até à pancada. Especialmente quando víamos alguém com facas agarradas à ponta de algumas canas para cortar os cordéis dos pendões. As coisas eram de tal forma que acabou por ser comum fazer-se segurança às equipas que iam para a rua colar cartazes.”
“Foi um mandato bastante frutuoso mas, ao mesmo tempo, difícil. Para começar, tivemos de ocupar o edifício dos Paços do Concelho”
“Sines era o exemplo prático de que a teoria da participação popular funcionava (…) continua a ser uma população politicamente esclarecida e participativa.”
“Nunca fiz fosse o que fosse para que o meu nome fosse escolhido pelo PCP para encabeçar as listas. As coisas aconteceram naturalmente e, creio, de uma forma consensual.”
“O crescimento de Sines estava congelado pelo GAS, que nem sequer permitia o licenciamento de novos edifícios. Por exemplo, não teria praia. O plano da administração central era aterrar a praia Vasco da Gama e a zona onde hoje é a marginal, para ali fazer um terminal de carga geral. Não havia o terminal de carvão onde está actualmente, mas sim no meio da baía, não haveria porto de pesca e, provavelmente, teria cinco ou seis mil habitantes.”
Com a vinda do complexo industrial, Sines perdeu algumas das suas características mais importantes, nomeadamente a que lhe permitia um bom crescimento económico, como era o caso das actividades turísticas e comerciais ligadas à pesca e ao mar. Sines descaracterizou-se, nomeadamente do ponto de vista cultural. Hoje, a maior parte dos residentes do concelho não são de cá. Vieram do Barreiro, de Setúbal, das ex-colónias e de diversos outros países. Nos primeiros anos a vida do concelho foi bastante complicada porque a construção do complexo industrial trouxe para cá muitos trabalhadores e, atrás deles, muita prostituição e marginalidade. Quando terminaram todas as obras, em 1984, as coisas começaram a acalmar, muitos trabalhadores radicaram-se cá e trouxeram as famílias e a vida social do concelho estabilizou.
Francisco Pacheco do Ó
6 comentários:
Péna é que hoje em dia não seja igual,por motivos obvios,entrasse para militante com intereses pessoais,o que deixa triste os verdadeiros militantes que andavam nisto por conviccão!!!
Viva o PCP, viva pessoas como o Chico a quem todos os sineenses estam agradecidos e a quem muito devem!!!!
é verdade, principalmente os que que têm terrenos na zil para fazerem disso zona habitacional, deve querer poleiro outra vez, só que deve ser no executivo em vez da A.M..
eram outros tempos. o chico soube governar-se bem com a politica, afinal é o que todos fazem. mas o seu tempo já lá vai e agora há que dar lugar a outra geração de politicos de sines, e cabeças mais arejadas sem o espartilho partidário que muitas vezes é contrário à boa gestão municipal pelo que defendem as suas doutrinas.
«...o chico soube governar-se bem com a politica...» ,mas todos os sineenses que tem casa propria sem dever nada aos bancos a quem o devem? Quantos terrenos deu o Chico aos sineenses? Mas as pessoas esquecem quem faz o bem, o que é triste.O que é bom hoje em dia são os politicos da nova geração com cabeças mais arejadas e há espreita do seu bem estar e dos seus familiares!!!!!!! ou é mentira?deixem-se demagogias
é verdade deu terrenos, armazens na zil para moradias, etc..., até há funcionários da cms que moram nos mesmos, é do conhecimento público que um arrendou o ap na coperativa para (***), e vive na zil, mas pronto é protegido pelo (***). mais não digo desta vez...
Bem chico parece que está a querer voltar para lá outra vez!!!!Já chega de tacho você já deu o que tinha a dar e o que deixou por lá foi muito mau....Posso falar a vontade, não trabalho na câmara nem visto a camisola de nenhum partido, mas sou siniense e por isso estou preocupado com o destino desta terra nos próximos anos ..CHICO PACHECO outra vez NÃO!!!!!
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