terça-feira, 19 de agosto de 2008

Fartar Vilanagem

Tentei, juro que tentei, não falar da participação Portuguesa nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Quem acompanha os resultados desportivos dos nossos atletas, reconhecerá (com excepções evidentes de Naide Gomes, João Costa e Telma Monteiro) que de um modo geral os resultados alcançados não constituem nenhum descalabro. Não é falta de ambição ou desvalorização dos nossos atletas, é a realidade.

Embalados na tradicional euforia lusitana, que os meios de comunicação tão bem representam, nós portugueses, ou somos os melhores do mundo – Cristiano Ronaldo, José Mourinho, etc – ou somos uma besta, para nós não existe o meio-termo.

Aceito que seria expectável, alguns resultados mais dignos, mas tirando, na actualidade, Phelps, ninguém pode prever resultados numa competição como as Olimpíadas. Lembremo-nos da selecção de futebol brasileira (já se lembraram que a selecção portuguesa nem está lá), da selecção de basquete americana, até de Rafael Nadal e de Usain Bolt. Se os primeiros ainda não sabem o seu destino, os segundos apesar de ganhar, nunca, mas nunca tiveram a vida facilitada. Até Bolt, não acreditaria numa tão evidente vitória.

Reconheço o esforço dos atletas ao longo dos anos, num país sem tradições desportivas, verdadeiro desporto escolar, ou uma politica de desportiva que permita uma aposta de longo prazo em modalidade que tenhamos maior aptidões.
Agora, só num país de terceiro mundo é que duma participação Olímpica, resultam:

- éguas histéricas;
- vitórias morais sobre o adversário que o tinha enchifrado;
- hora de estar na caminha;
- o primeiro ministro a felicitar uma medalha de prata (imaginei o chinês);
- os jornais a prometer o que os atletas somente por superação e inspiração conseguiriam;
- o presidente do COP, Vicente Moura, a pedir tento na língua aos atletas;
- os atletas a queixarem-se dos árbitros;
- Gustavo Lima a dizer que perdeu dinheiro por representar Portugal.

Nota 1: Depois de Moniz Pereira e da sua politica desportiva nunca mais Portugal, recuperou o lugar de topo que tinha nas modalidades de fundo e meio-fundo, resta-nos momentos de inspiração como Sérgio Paulinho ou atletas, como a Vanessa Fernandes, que de tão bons superam todas as vicissitudes dum país que olha para o desporto com os pés.

Nota 2: Vicente Moura, presidente do COP, representa para o bem e para o mal, os resultados desta comitiva. Permitiu e permitiu-se ao empolamento, a previsões optimista, a prometer medalhas e pontuações, agora chegou a hora de sair, infelizmente não é em ombros.

7 comentários:

Anónimo disse...

Tudo leva a crer que alguns foram a Pequim apenas para fazer turismo à custa de dinheiros públicos. Que é o mesmo que dizer à nossa custa. Faltou a capacidade de sacrificio da Vanessa. É preciso sofrer para se ganhar algo. Alguns atletas foram indignos de representar Portugal.
Vicente Moura não escolheu o melhor timming para anunciar que não se vai recandidatar, mas sai com dignidade e assumiu as suas responsabilidades ao contrário, por exemplo, de Gilberto Madail que tem custado a tirar o rabiosque da cadeira e a mão da massa federativa.

Anónimo disse...

Esses pseudo atletas deviam era ser obrigados a devolver os 15 milhões de euros que custou esta triste participação olimpica

Anónimo disse...

Depois a maioria dos putos que andam por aí, parecidos á maioria dos que mandámos a Pequim ainda tem o atrevimento de mandar bocas do tipo, olha o cota armado em sábio,se por acaso lerem este comentário que o amigo escreveu. É preciso muita petulância da parte deles, muitos chegarão á sua idade, poucos á sua classe.
Essa cobertura branca que tem sobre a cabeça,sinal de muitos anos vividos, deu-lhe o discernimento, a calma e a lucidez, com que melhor que toda a nossa Comunicação Social, fez a fotografia dos nossos atletas e dirigentes, nestes jogos Olímpicos.Parabéns.
Não quero acrescentar nada ao seu comentário, nem seria capaz, ficou tudo dito.
Mas se eu mandasse neste País, aquele mocinho que teve a coragem de dizer a dez milhões de Portugueses que estava na hora da caminha, deixava-o lá, desenrascasse-se.

Anónimo disse...

"O resultado obtido pelo saltador do Benfica e a medalha de prata conquistada no início da semana por Vanessa Fernandes, no triatlo, configuram a melhor participação de sempre de uma Missão portuguesa num evento olímpico, comparativamente com as 21 edições anteriores onde competiram atletas lusos."

Estação de Sines disse...

Estou radiante com o resultado obtido pelo Nelson Évora, agora se ontem a participação portuguesa er sofríuvel não é por uma medalha de ouro que passa a ser óptima.
Os meios de comunicação social colocaram a comitiva portuguesa, numa autêntica montanha russa. Éramos os melhores quando partimos, tornámo-nos uns párias e agora temos a "Melhor participação de sempre".
Factos:
Temos pela 1.ª vez uma medalha de ouro e 1 de prata, o que segundo um critério que desconheço torna, esta a melhor participação de sempre. Quão triste é o panorama desportivo português, quando por exemplo a Jamaica, bastou uma única prova para ganhar precisamente o mesmo;
Desde a nossa primeira participação em 1924, já ganh´mos por 2 vezes 3 medalhas (1984 e 2004), sendo que na primeira uma foi de ouro e duas de bronze. Qual o critério que define que uma medalha de prata é melhor ou pior que duas de bronze? Com base nas medalhas alcançadas por duas vezes ocupámos o 23º lugar do ranking (1924 e 1984), em 2004 ocupávamos o 60º lugar, pior somente em 2000 (68º). Esperemos pelo final dos presentes jogos, mas dificilmente escaparemos a baixar do 60º, que ocupávamos à partida. Relativo este critério, porque houve países que nem sempre entraram nos jogos, as modalidades tem alterado ao longo dos Jogos, etc.
Outro critério baseia-se na pontuação atribuida até ao 8.º lugar (8 pontos par o 1º, até 1 ponto para o oitavo).Este critério premeia todos os finalistas e será mais consistente para aquilatar o valor de uma comitiva, inclusivé é o único aceite pelo CO. Mesmo este critério não têm em conta o n.º de atletas de cada comitiva - quanto maior o n.º de participante, maior a probabilidade de pontuar.
O que pretendo transmitir é que a participação, não se resume às medalhas ganhas, mas aos resultados dos finalistas em cada competição.
Emocionalmente também prefiro ganhar uma medalha de ouro, do que 3 de bronze e 5 ou mais 4º, 5º, 6º 7º ou 8.º lugares, mas racionalmente reconheço que as três medalhas revelaria uma maior consitência em termos de planeamento e politica desportiva.
Recordemos que Vicente Moura, - que também parece afectado pela ansiedade de alguns atletas, precipitou-se ao demitir-se e voltou a precipitar ao voltar a trás - pretendia alcançar 60 pontos, pelas minhas contas deveremos ter, neste momento 23 pontos (8 nelson évora, 7 vanessa fernandes, 2 hormigo, 5 de gustavo lima, 1 na canoagem), sendo impossível chegar aos 60.

Com tudo isto, pretendo dizer que não nios devemos apressar a formar a nossa opinião de acordo com os títulos dos jornais.

Anónimo disse...

eu tambem não acho que a participação tenha sido optima.
Espelha o apoio que é dado ao desporto nacional.
Aponta lá ai uns pontitos para o pessoal do judo.

Anónimo disse...

os portugueses queriam medalhas com fartura ! quando muitos deles e eu próprio incluido, não ligam patavina às modalidades em causa.
Será que estes atletas tem as condições necessárias para obterem melhores resultados?
alguem tinha mais vontade em ganhar do que eles?
Claro que os resultados alcançados não são bons, mas acredito que todos eles deram o seu melhor!