segunda-feira, 26 de maio de 2008

Preço dos Combustíveis

O preço final de venda dos combustíveis para além do preço da matéria-prima, incorpora os custos de produção, distribuição e impostos. Se em relação aos preços da matéria-prima, esta é fixado no mercado internacional, o mesmo já não se passa em relação aos restantes custos. No que toca aos custos de produção, é desde logo importante ter a noção que parte destes corresponde à massa salarial, donde se deduz que as nossas refinarias têm aqui um factor competitivo, uma vez que os nossos salários médios são muito inferiores ao resto da Europa.

1. Preço de custo dos combustíveis sem impostos
Veja-se o preço dos combustíveis sem a componente impostos, comparativamente com os países da EU.

Olhando para o quadro acima, percebe-se que o preço dos combustíveis em Portugal não resulta apenas, nem principalmente, dos impostos, mas em grande parte das petrolíferas, que cavalgando a onda de escalada dos preços, aproveitam para inflacionar os seus lucros. Em Março de 2008, o preço da gasolina sem impostos em Portugal era superior ao da Inglaterra em 12,3%, e o do gasóleo também sem impostos era superior ao da Suécia em 17,8%. Tendo em conta a consideração inicial, ou os custos de produção em Portugal são muito elevados ou a margem de venda é muito elevada.

2. Impostos sobre os combustíveis
Em relação aos impostos sobre os combustíveis, estes têm uma componente fixa (ISP) e variável (IVA). O ISP é fixado em Portaria, pelo que não varia em função preço do combustível, antes vai perdendo peso relativo à medida que este sobe. Já em relação ao IVA, quanto maior a base tributável maior a colecta, para além do facto de termos uma taxa de IVA superior à média europeia.

O quadro seguinte, mostra o peso em euros do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) e a taxa de IVA que incidem sobre os combustíveis em Portugal e a média da UE15 e o peso total das taxas em percentagem do PVP.


ISP noutros países:
Gasóleo: http://www.apetro.pt/Uploads/%7b93AC257B-8FB7-4000-A5EE-5B54C8009045%7d.pdf

Gasolina: http://www.apetro.pt/Uploads/%7bCCCD88F0-4E8C-4EAB-B221-6A145DFA8564%7d.pdf

Como se vê o ISP em Portugal é superior ao da média da UE15 em apenas, 1,3%, e o IVA em 5,3%. Em % do PVP, o peso das taxas em Portugal representa, em relação a todos os combustíveis, 54% do PVP, que é igual à média da UE15.

3. Preço de aquisição da matéria-prima
Com a desvalorização contínua do dólar, o custo do petróleo para as empresas a funcionar em Portugal é mais baixo , como mostram os dados do quadro III.


Entre 2006 e 2007, o preço médio do barril de petróleo aumentou 11,4% em dólares e apenas 1,5% em euros, ou seja, o aumento em euros foi inferior em 7,6 vezes à subida em dólares. Dezembro de 2007 a Março de 2008 – o aumento em dólares atingiu 13,9% e em euros apenas 7%, portanto a subida em euros foi praticamente metade do aumento registado em dólares. Se a análise for feita, não em percentagem, mas em unidades monetárias, conclui-se que, entre Dezembro de 2007 e Março de 2008, o preço do barril aumentou 12,69 dólares o que correspondeu a uma subida de € 4,39, portanto o aumento em euros correspondeu quase um terço da subida em dólares.

4. Ganhos em stocks
O combustível vendido num dia não foi produzido com o petróleo adquirido nesse mesmo dia. Ele foi produzido de petróleo adquirido pelas petrolíferas três ou seis meses antes, quando o preço do petróleo era muito mais baixo, no actual momento, sucedendo o contrário em momentos de baixa do preço da matéria-prima. No entanto, o aumento dos preços dos combustíveis parecem não ter como base as variações dos preços do petróleo na data em que foi adquirido, mas sim o preço do petróleo no mercado internacional na altura em que os combustíveis, produzidos com petróleo adquirido em períodos anteriores, é vendido aos consumidores portugueses, o que evidentemente permite inflacionar os lucros das petrolíferas.

Entre Dezembro de 2006 e Dezembro de 2007, o preço da gasolina 95 aumentou em Portugal 11% e do gasóleo 17,2%, enquanto o preço médio do petróleo em euros subiu, entre 2006 e 2007, 1,5%.

Considerações Finais:
- Devido a sua situação geográfica e a opções estratégicas Portugal continua demasiado exposto aos ciclos económicos mundiais.
- Em relação aos combustíveis continuamos ser ter uma rede de transportes públicos que permita morar a 40, 50 ou mais quilómetros do local de trabalho e chegar ao local de trabalho a tempo de forma confortável e com disponibilidade em vários horários, como por exemplo na Inglaterra.
- Desde há muito que o País deveria ter apostado no sector energético de forma a permitir uma transição progressiva para formas alternativas de energia, sem continuarmos reféns dos combustíveis fósseis.
- A alternativa do gás natural nos transportes, mais económica e ambientalmente favorável, implementada com sucesso em muitos países do mundo, em Portugal continua a emperrar na falta de disponibilidade destes combustíveis nos postos de abastecimento.
- Qualquer comparação que se faça com os restantes países, deveria ter em conta o poder de compra. Mais importante que saber qual o preço de venda de cada litro de combustível, ou o valor do imposto incorporado é saber quantos litros de combustível compra um salário mínimo nacional ou um salário médio. Pois apesar da diferença do preço entre a Inglaterra e Portugal, seguramente que o mesmo aumento em Portugal é mais significativo no nosso orçamento familiar.
- As repercussões das descobertas de jazidas de petróleo onde a Galp é parte interessada e a anunciada aposta nas energias renováveis, faz-se sentir em Bolsa de Valores mas tarda em fazer efeito na bolsa dos portugueses.
- Sem sabermos as margens de lucro das petrolíferas é difícil entender se a margem já era alta e a Galp, teima em não reduzir as suas margens e partilhar o aumento do custo da matéria-prima com o consumidor, ou se não tem margens para o fazer e então terá custos de produção mais altos que as restantes petrolíferas o que a torna pouco competitiva.
- O movimento especulativo, devido à escalada do preço do petróleo, que atravessa transversalmente o tecido empresarial português, a estagnação do crescimento do PIB e as taxa de desemprego, longe do pleno emprego, desenha no horizonte um perigoso cenário de estagflação.
- Os combustíveis foram demasiado baixos, demasiado tempo e o que sucederá é que este continuará a subir até ao limite em que existirá um produto substituto ao mesmo custo ou a custo inferior e seguramente mais limpo - isto se permitirem mercado funcionar normalmente. Aqui terminará o reinado do Petróleo e começa o da água.

Este post era uma dívida que tinha para com o meu "amigo socialista" e com as correcções construtivas que dispensa a este blogue.

20 comentários:

Um lugar ao Sul disse...

Não gosto de comentar os preços dos combustíveis porque, se temos um mercado liberalizado, temos de o deixar funcionar. O grande problema foi liberalizar um mercado em que não existia (e não existe concorrência). Mas liberalizado temos de deixar actuar a lei da oferta e da procura. Mas sendo hoje o combustível um bem indispensável permite-nos ter uma visão um pouco diferente da liberalização do mercado.

Quanto ao post, alguns comentários: os custos de produção não são unicamente a massa salarial, sendo esta apenas uma pequena parte de todo esse bolo. Os investimentos feitos, a escala de produção (produzir mil não custa o mesmo que um milhão), a tecnologia utilizada são factores muito mais importantes que a massa salarial, que acaba no final por ser "peanuts".

Analisado o preço do nosso combustível livre de impostos não excessivamente superior aos nossos colegas europeus. Quanto aos impostos aplicados, o quadro II a mim não me diz nada, mistura combustíveis e taxas de combustíveis diferentes e que são vendidos em quantidades diferentes. Não sei como tais milagrosos cálculos foram efectuados, mas temos de ter em atenção que a forma de cálculo do imposto não é igual em toda a Europa (somos dos poucos países que aplica o IVA sobre o ISP, dessa forma aquele peso % taxas combustíveis não me diz nada!

Quando ao preço de aquisição de matérias primas, no outro dia assisti atentamente ao Pós e Contras sobre o assunto e fiquei percebendo cada vez menos, existe uma série de mercados paralelos onde é comprado petróleo a diferentes preços, é quando como comprar na bolsa.

Um lugar ao Sul disse...

Não querendo ser extremamente extenso, esta grande subida do preço dos combustíveis deve-se à falta de concorrência ao nível da refinação de produtos petrolíferos em Portugal, que permite à Galp aplicar os preços sem grande concorrência (mesmo as outras gasolineiras em Portugal compram gasolina à Galp, pelo que o boicote não surtirá grande efeito, pois quem perde são as gasolineiras Galp e não a refinaria Galp pois vai vender o combustível às outras refinarias).

Não sei qual o tipo de tecnologia utilizado para a refinação em Portugal comparativamente com a concorrência europeia, nem o impacto que a escala da produção tem no preço final. A Galp tem planeado um investimento para o biodísel de segunda geração de milhares de milhões de euros, e está a aumentar as suas margens de lucro para poder financiar esse monstruoso investimento.

Não gosto de falar da política de preços de combustível pois não é área que domine, mas uma coisa é certa, não faz qualquer sentido o imposto sobre o diesel ser inferior ao da gasolina.

Estação de Sines disse...

Concorrência existe (podemos é estar a assistir à cartelização do sector) o que não existe são produtos altermativos ou substituto. É quase como fazer auto-estradas com portagens e não haver estradas alternativas.
De acordo com os relatório de contas da Galp a massa salarial ainda têm um peso não displicente. De tudo o que li e ouvi, parece-me importante reter o seguinte:
o custo da matéria -prima é idêntico entre os países adquirentes, os custos de distribuição tb não têm diferenças de peso, a carga fiscal independentemente da forma de aplicação (o quadro indica a carga fiscal total, no preço de venda/litro) as diferenças só por si não justificam a diferença do preço. A conclusão a que cheguei foi que com um poder de compra inferior aos restantes países pagamos os combustíveis mais caros, o que resulta ou da margem de lucro das petrolíferas ou do elevado custo de distribuição. Ao mesmo que o preço fosse ou opção estratégica do nosso Governo, para utilização mais racional do automóvel ou outras formas de energia, mas quais a Carris e a bicicleta?

Um lugar ao Sul disse...

Que concorrência é que existe? Só tens uma refinaria em Portugal. Todas as gasolineiras compram no mesmo sítio, que concorrência é que falas?

Estação de Sines disse...

A Repsol, BP, Total, etc, compram onde querem, ou sair mais barato, enquanto o custo de tancagem e/ou transporte superar o custo de abastecimento na Galp, continuam a abastecer na Galp. Portugal não é um mercado apetecível para a refinação dado a sua dimensão, não é por acaso que a maior parte da produção da ex-futuro refinaria Vasco da Gama destinava-se à exportação.
Neste momento a concorrência é feita ao nível da margem dos distribuidores, mas por questões de mercado.

Um lugar ao Sul disse...

A Galp tem um contrato com a Repsol, em que a Galp abastece a Repsol em Portugal enquanto que a Repsol abastece a Galp em locais estratégicos em Espanha, onde os custos de transporte desde Portugal não justificam.

Ainda no outro dia cruzei-me com um camião cisterna da BP em direcção à Petrogal em Sines.

Repito a pergunta, que concorrência é que estás a falar?

Estação de Sines disse...

Praticamente todos os dias vimos camiões de várias empresas a abstecer na Refinaria. Se não estou em erro, a Repsol tem tancagem perto de Setúbal, mas de pequena dimensão. A falta de concorrência não existe por imposição legal, mas por mecanismo de mercado, o que não significa se justificar não possa surgir. A propósito não foi por acaso que a Shell se retirou do mercado.

Um lugar ao Sul disse...

Falta saber de onde esses tanques sã abastecidos.

A Shell saiu do mercado português, pois a cota de mercado que possuía estava abaixo dos valores determinados pela administração para a permanência nos mercados.

Eu continuo com a minha que o responsável pelo estado dos preços dos combustíveis é a falta de competitividade ao nível da refinação.

Estação de Sines disse...

Nuno, não deixo de estar de acordo contigo. Mas isso leva-nos à questão inicial, se existissem mais refinadoras, a Galp baixava o preço - o que significa que tem margem para baixar os preços - ou mantinha os preços - porque não tem margem para reduzir - e então não é competitiva. O que não consigo entender é qual é margem de produção da Galp, e isso responderia à questão.
Sabes que não sou contra os impostos que o Estado cobra nos combustívesi, nem acho que devia baixá-los, mas defendo que assumisse que uma parte destes tivesse que ser investido em energias renováveis.

Anónimo disse...

Este artigo tem autor que merecia ser mencionado, Acho!

Estação de Sines disse...

Este artigo/post tem autor como todos os outros, mas uma opinião: a minha e devidamente assinalada como Considerações.
Procura responder a um tema debatido aqui no blogue e concluido com a minha opinião.

Anónimo disse...

plágio...
Sem qualquer dúvida!
É que já vi o mesmo artigo (sem os comentários), escrito pelo Eugénio Rosa!

Estação de Sines disse...

Da mesma forma que reconhecerá muitos textos ou excertos de textos e imagens de diversos blogues, jornais ou sites. Ou porventura será que pensa que é o autor que faz as fotos e os cartoons que publica? Este como a maior parte dos blogues é feito pela opinião do autor, quando o justifica enquadrado por notícias ou textos de outros autores.

Um lugar ao Sul disse...

Caro anónimo, já que é tão adepto das fontes, porque não se identifica?

Se está tão seguro que já viu este texto escrito por outro autor, porque não identifica onde visualizou tal artigo?

Em terceiro lugar, vou-lhe contar uma velha máxima que aprendemos em qualquer curso da faculdade: "cópia de um autor é plágio, de vários, é pesquisa" :p

Anónimo disse...

Acho uma piada de merda, ao comentário do anónimo. Amiguinho à parte que me toca, agradeço o texto, e estou barimbando para o autor, procuro informação para formar opinião, o que encontro neste blogue. Por mim até podia ser um resumo de outros blogues, o que agradecia. Quando quero ler textos de autor, ensaios, ou porras semelhentes vou à loja e compro. A propósito, já li posts noutros blogues, muitos semelhentes ao da Estação, dias após sairem na estação, e olha pra mim toda ralada.

Braz, bota humor no blogue, é o que ele tem de espantoso, e como sabe bem depois de um dia de trabalho.

Vai ao youtube e escreve Toca do Zorro, tá fabuloso.

Estação de Sines disse...

Para encerrar este assunto.
No seguimento das várias opiniões sobre a polémica do aumento dos combustíveis, estive a ler e a discutir com várias pessoas esta temática, entre as várias pesquisas consultei jornais, blogues e fóruns. naturalmente identifiquei-me mais com uns do que com outros. O Post teve duas funções resumir aquilo com que mais me identificava (por acaso, os quadros não são meus, supremo plágio) e complementar com a minha opinião. Este post como os restantes tem uma função de informação e de opinião. Sendo que transcrevo opiniões ou notícias integralmente, só por esquecimento não coloco as fontes, não por algumas obrigação moral ou outras, mas para facilitar aos visitantes consultarem a fonte, que normalmente é mais extensa e poderem formar diferente opinião ou polemizar a minha. De todo o modo, sem qualquer prurido, passarei a ter mais atenção a esta questão.

Obrigado ao "anónimo", provavelmente contribuirá para melhorar a estação.

F. Penim Redondo disse...

Hoje já quase toda a gente percebeu que acabou a comida barata, a energia barata, os combustíveis baratos ou a água barata. Estão a tornar-se bens de luxo ou quase, a que cada vez terão mais dificuldade de acesso as classes médias e de menores rendimentos.
Como é possível que o governo português ainda recentemente tratasse a questão dos combustíveis como uma birra dos condutores mal habituados, subordinada em termos de importância ao equilíbrio orçamental ? Onde estão as previsões e as medidas preventivas que seriam de esperar de um governo responsável ?
Como se explica a resignação e passividade da Europa perante o encarecimento acelerado de produtos de que dependem os seus mais básicos padrões de vida, ao ponto de ter que ser acordada por um Manuel Pinho ansioso por encontrar bodes expiatórios ?
São todos incompetentes e irresponsáveis ou há outras explicações para este fenómeno ?
Convém talvez compreender que, mesmo dentro de um país como o nosso, nem todos são afectados da mesma forma e alguns até podem sair beneficiados destas crises. Quem exporta para Angola e é pago pelos rendimentos do petróleo talvez não tenha razões de queixa, ou quem é accionista da Galp, ou quem vende para a Venezuela às cavalitas do governo de Sócrates, ou quem tem sempre os combustíveis, e não só, pagos pelas empresas ou pelo Estado.
Esta questão dos preços do petróleo, do acesso ao crédito e aos produtos alimentares pode afinal ser, no essencial, mais uma forma de certas classes expoliarem outras.
Também ao nível internacional, nomeadamente na Europa e EUA, conviria perceber quem ganha e quem perde com este terramoto. Para sabermos se estamos perante aprendizes de feiticeiro que jogam um perigoso xadrez contra as potências emergentes, em que as peças são poços de petróleo e mísseis nucleares.

Anónimo disse...

"barimbando"...Gostei dessa eloquente palavra que define o seu (ou sua) autor (a), enfim...
Nuno, já vi algures, a propósito da identificação de quem escreve, elogiar quem se atira para a frente como anónimo.
Pessoalmente acho que quem se identifica, exerce um direito de cidadania e é de louvar que o faça num país cada dia menos democrático (digo eu).
Um dia, identificar-me-ei certamente. Pra já não apenas porque quero continuar a ler-vos sem ameaças (creia que falo a sério).
Quanto à máxima da faculdade, deixe isso p'ra lá! A vida real é diferente da faculdade, Esqueça o que eu disse!
Bráz, acho que as fontes são importantes porque para além de reconhecermos o valor ás pessoas, ou não, dá para perceber em função do quadrante em que onda emitem. "capiché"?
Bem haja pelo blog

Um lugar ao Sul disse...

Ai viste alguém a louvar alguém que deu a opinião em anónimo? E quem foi? um anónimo? :D

E mais uma vês dizes que viste algures, mas não revelas onde, porquê? Não achas que a pessoa que disse tal afirmação que tanto presas merece ser referenciada para lhe darmos o devido valor?

E quanto às ameaças, concerteza que poderás ler sempre o blog sem ameaças, afinal, como poderemos saber que cá estiveste a ler? Tens é de limpar bem os pés antes de entrar, para não deixares pistas...

Anónimo disse...

óh Nuno...
Para onde vais, eu já lá estive!
Nem tudo o que "reluz" é Oiro, cresce!