domingo, 23 de março de 2008

Assim vai o Sporting, assim se vão os títulos


O Sporting perdeu ontem a Taça da Liga ou Carlsberg Cup ante o Vitória de Setúbal através da marcação de grandes penalidades depois 90 minutos onde se registou um empate a zero.
O Sporting foi vítima e refém dos seus fantasmas. Entrou mais preocupado com o adversário do que consigo próprio, procurou e conseguiu, praticamente sempre, anular as rápidas transições defesa-ataque, imagem de marca do Vitória de Setúbal e que a torna a equipa mais italiana do futebol português.
A equipa de Alvalade sem arte nem engenho de penetrar na área adversária com a bola nos pés e nenhum elemento de referência na marcação de lances de bola parada nem no jogo aéreo, com Vukcevic preso a um sistema táctico que lhe retira capacidade de progressão e um Liedson perdido no meio das torres do Bonfim, ainda apresentou na sua defensiva um Tonel e um Abel desastrados até ao absurdo e um Miguel Veloso, -regressado de um lesão – que se cotou como um dos piores jogadores desta final. Somente com a saída, tardia de Abel e entrada de Pereirinha o Sporting ganha a ala direita, que o Setúbal sempre privilegiou nos seus ataques. Tarde de demais numa equipa quem nem a abnegação e generosidade de Moutinho disfarça a dificuldade de jogar futebol. Foi um Sporting perto do seu real valor.
Apesar de o Vitória jogar rápido e em progressão e o Sporting lento e lateralizando o seu jogo, as estatísticas – brilhantes – da RTP mostram um Sporting mais corredor, demonstração mais uma vez que no futebol de alta competição mais importante que correr muito é correr bem.
Vitória meritória do Setúbal, que para além de imbatível nesta prova, teve o melhor marcador da prova e melhor jogador da Final, ficando ainda por assinalar um lance de livre à entrada da área que valeria um vermelho directo a Abel e uma bola à base do ponte.
Num jogo cheio de ironias, suprema ironia a decisão através de grandes penalidades onde o Sporting se arrisca a fazer história. Sintomática a reacção dos adeptos vitorianos quando perceberam que não haveria prolongamento e se registou uma explosão de alegria.
Aos Sportinguistas de Sines, resta-nos a alegria de o nome de um siniense – Jorginho – ficar ligado à história do Vitória de Setúbal e do futebol português.

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