segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Elefante e a Formiga


Manuel Coelho desejava ser candidato do PS à autarquia de Sines, mas Manuel Coelho criou um Movimento independente para se candidatar à autarquia de Sines. O PS não enjeitada Manuel Coelho como seu candidato, mas o PS não aceitou que Manuel Coelho fosse o seu candidato. Foi assim que se passou, não necessariamente por esta ordem. Confuso? Talvez não.

Manuel Coelho via no PS um bom suporte à sua candidatura, eximindo-se das chatices burocráticas de constituir um Movimento de Cidadãos. É certo que o conforto de um partido com raízes históricas na sociedade Portuguesa e Siniense com a estrutura logística e financeira montada era tentador, apesar do custo politico associado a mudar-se para a casa do "adversário".

Mas existia um óbice, a estrutura concelhia - o outro PS - que não teve garganta para tão grande sapo, até porque acreditava piamente que a dissidência de Manuel Coelho esfrangalhara a CDU e catapultaria o PS para a vitória. Acertaram na primeira, erraram na segunda.

Certo é que a Concelhia de Sines conseguiu, vá-se lá saber por que artes - a sorte não terá sido alheia, continuo a pensar que a Federação não estava disposta a assumir outro risco idêntico a Alcácer do Sal -, demover a Federação Distrital capitaneada por Vítor Ramalho, personagem maior neste romance.

Assim se torna Manuel Coelho não no candidato oficial do PS, mas pelo menos no oficioso. E como nisto da política, cedo se descobrem as intenções e tarde as vontades.

Vítor Ramalho em comunicado enviado à imprensa afirma entre os feitos do Partido Socialista, "...a manutenção da maioria absoluta nas três Câmaras do distrito, Alcácer, Grândola e Montijo – releva-se o acerto da avocação pela Federação dos candidatos à Câmara de Alcácer do Sal - relegou o PCP para 3º lugar em Sines".

Caso fosse um equívoco, atribuir o terceiro lugar, em Sines da CDU ao PS, faria lembrar a história da formiga que atravessando o deserto ao lado do elefante se vira para este e diz-lhe já viste a nuvem de poeira que levantamos, como de um engano não se trata, está tudo explicado.

2 comentários:

Anónimo disse...

E onde entra aquela questão do lugar para os acompanhantes. Quem rejeitou? Foi também a concelhia? E o processo está parado? Será que, politicamente falando, não iremos ser surpreendidos a breve prazo por algo parecido com um fenómeno do Entroncamento?

Anónimo disse...

Sinceramente, PS com ou sem Coelho não existe. E duvido que alguma vez ganhe.