segunda-feira, 1 de março de 2010

Correio dos Leitores

Assunto: Comunicado de Imprensa n.º 0010/10 – OS DADOS DO DESEMPREGO, EM PORTUGAL, NÃO ENGANAM

O desemprego continua a aumentar em Portugal. Dados do Eurostat divulgados hoje mostram que a taxa de desemprego se situa já em 10,5%, tendo subido mais de 2 pontos percentuais relativamente a Janeiro de 2010, altura em que a taxa de desemprego era de 8,5%. A taxa de desemprego subiu também face a Dezembro em 0,2 pontos percentuais.

Portugal ocupa o 4.º lugar da Zona, apenas atrás da Espanha, Irlanda e Eslováquia e, consequentemente, está acima, quer da média da União Europeia (9,5%), quer da Zona Euro (9,9%).

A taxa de desemprego dos jovens, das mulheres e dos homens também se agravou em relação ao mês homólogo e ao mês anterior, sendo em qualquer um dos três casos superior à média. Os jovens têm uma taxa de desemprego de 21,7% e as mulheres de 11,2%.

Depois das desigualdades na distribuição do rendimento, da precariedade, da baixa efectivação dos direitos do trabalho, junta-se agora o desemprego para colocar Portugal, mais uma vez, acima da média europeia pelos piores motivos.

No momento em que o flagelo do desemprego atinge cada vez mais famílias, é preciso que o Governo passe da constatação à acção, assegurando que todos os desempregados tenham acesso à protecção social, para que não caiam na pobreza e exclusão social.

Por outro lado é necessária coragem política para romper com a matriz de crescimento assente no trabalho precário, desqualificado e mal remunerado que, em simultâneo com o definhamento do sector produtivo, acabam por ser os grandes responsáveis pelo aumento do desemprego verificado.

O País não se desenvolve com posturas retrógradas do patronato e do Governo, consubstanciadas nas teses do congelamento/moderação dos salários, na generalização da precariedade e na desregulamentação das relações laborais.

O futuro, para um verdadeiro desenvolvimento económico e social, passa pela criação de mais emprego com direitos e o aumento real dos salários no Sector Privado e na Administração Pública, como factor indispensável para a reanimação da economia que se deseja e exige.

Tal facto impõe que o Governo, no âmbito da apresentação do Programa de Estabilidade e Crescimento, tenha a ponderação e a responsabilidade necessárias para dar prioridade às pessoas e resposta aos problemas sociais, e não aos interesses financeiros e aos negócios especulativos que estiveram na origem das causas dos problemas que hoje nos afectam.

Saudações Sindicais

A Comissão Executiva do Conselho Nacional

(Arménio Carlos)

3 comentários:

Anónimo disse...

Em contrapartida está a aumentar a entrada de chineses croatas e brasileiros
Vivemos no pais dos 500€

Anónimo disse...

se calhar temos de fazer como em frança fora com estrageiros que ganhem menos que os nacionais

Anónimo disse...

tantas obras em sines mas quantas pessoas de sines estão a trabalhar nessas ditas grandes obras?