terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Porto Covo a saque

Há muitos anos atrás, por volta dos anos oitenta do século passado, uma operação fraudulenta de venda de quintinhas na herdade da Parreira em Porto Covo, permitiu a criação de mais de duzentas dessas quintinhas clandestinas, mas apesar da ilegalidade da operação, tais parcelas de terreno não podiam ser objecto de quaisquer construções, provisórias, precárias ou definitivas. Com a criação da Área de Paisagem Protegida primeiro em 1987 e agora Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, entre S. Torpes e Burgau, natural seria que tais operações e intenções de construção ficassem definitivamente resolvidas, isto é, definitivamente proibidas ao abrigo da lei e dos regulamentos do parque natural. Mas não. Primeiro alguns dos donos de tais quintinhas começaram pelas sebes de vedação, depois roulottes e construções de apoio à agricultura, depois por dentro das ditas construções provisórias lá se ia construindo algo mais definitivo, depois os pré-fabricados, enfim, tudo bem à vista e na maior das tranquilidades.

A Câmara de Sines referiu em Assembleia Municipal anterior que havia gente poderosa envolvida na situação, mas que havia agido conforme a lei determina e procedido ao embargo das obras e ordenado a sua demolição. Só que os ditos proprietários recorreram para a justiça solicitando a suspensão das decisões da câmara municipal. Não deixa de ser caricato, no mínimo, os prevaricadores recorrerem aos serviços da justiça em defesa das suas ilegalidades. Certo, certo é que até agora, quer a Câmara Municipal de Sines, quer o Parque Natural do Sudoeste Alentejano, quer o Instituto da Conservação da Natureza, quer o Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, quer o Ministério Público não resolveram a situação.

Há dias ao passar próximo do parque de campismo da Ilha deparei-me com uma tabuleta anunciando a venda de lotes de terreno de 400 metros quadrados na herdade da Caniceira, salvo erro, no sítio do Barranquinho. Em conversa com amigos no Porto Covo e segundo consta, já terão sido vendidos mais de sessenta lotes de terreno agrícola, ali a menos de um quilómetro da praia da ilha do Pessegueiro, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Tudo ilegal, tudo descaradamente ilegal. A Câmara Municipal de Sines voltou a ordenar a remoção de estacas e vedação, a notificar a Edp para terminar o abastecimento de electricidade que já havia autorizado (?), e as mesmas entidades que supervisionaram o processo da herdade da Parreira, a saber, o Parque Natural, o Instituto de Conservação da Natureza e o Ministério Público, para que possam actuar em conformidade com a lei.

Do que não me posso esquecer é que as populações do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, não podem aumentar as suas casas e só podem apanhar um quilo de percebes, dois quilos de ouriços ou levam com a policia do parque natural.

Francisco do Ó Pacheco

18 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite, os autarcas deste Concelho éstão mais preocupados a barrar o estacionamento ao pessoal das caravanas que estacionam na praia grande de Porto Côvo esses sim é que têm que ser travados agora este "tipo" de ciganos passam impunes..parece eu que estou a ver a venderem a sua quintinha em 2015 por 4 vezes mais...já agora um (), Sr Francisco do Ò podia explicar por que carga de água não aceitou estar no executivo da CMS.

Anónimo disse...

Lamento muito o caminho e as opções urbanisticas que o Porto Covo tem seguido nas últimas décadas e que aos poucos têm feito perder o encanto de uma terra que tinha excelentes condições para ser única e uma mais-valia para esta região, sem ser necessário tanto betão!

Anónimo disse...

Caros,
A instituição do "Nacional Porreirismo" em Portugal,têm como congénere no reino animal,as colónias de primatas africanos.
Todos barafustam,pulam entre outras macaquices,mas acabam no final a catarem-se ums aos outros.
O exemplo trazido pelo F.Ó.P,è a prova da promiscuidade que existe entre os vários organismos do estado e das pressões exercidas por empresas de construção e particulares.
Aos proprietários e dinamizadores deste projecto,bastou,terem um pouco de paciência,tempo e algum dinheiro.Como recompença do seu esforço,teram direito a licenciar as construções realizadas,alterar o uso dos seus terrenos nas respectivas cadernetas, e muito provavelmente ainda terão acesso ao jackpot final,que passa por pedir uma indemnização aos estado,pelos anos em foram obrigados a usufruir das suas merecidas férias,em roulotes e tendas.
Com a enchurrada dos subsidios dos anos 80, foram feitas,algumas esperiências,para a produção de BANANAS no nosso querido País.
Felizmente constatou-se que a produção nacional,não seria suficiente,devido ás condições climáticas adversas,limitando deste modo o número de individuos da espécie.Sobrevivem, no entanto várias colónias,espalhadas pelo nosso território do género GORILLAZ.Estas colónias, caracterizam-se por individuos robustos e espertos que normalmente não ultrapassam os 20 elementos,tanto actuam em conjunto como isolados,existem relatos de ligações entre as colónias do Sul do País com as congéneres do Norte.
O seu objectivo é,a criação de uma "Rèpublica das Bananas",no nosso território.
Caros,
A luta é difícil,o aquecimento global não ajuda,aumentando as probabilidades de sucesso das BANANAS na nossa republica).
O combate é feroz amigos,e faz-se atravéz da participação e empenho de toda a sociedade civil,alertando e denunciando estas situações.
Não se esqueçam que nós pertencemos a uma espécie mais evoluida e que a agressevidade não faz parte do combate.
"OS ANIMAIS SÂO NOSSOS AMIGOS"

Bem Hajam
PedroR.C

Anónimo disse...

Estranho artigo do ex-presidente da Câmara Municipal de Sines.
Ele sabe bem como foi possível legalizar essas tais quintinhas e na altura tinha poder para o evitar.
Sinto-me indisposto por se falar nisso agora.
Comigo nunca tal teria acontecido.
Garantidamente.

Anónimo disse...

Quem tem dinheiro faz o que quer
Tantas entidades a quererem mandar mas eles conseguem engana-los a todos
Nenhuma entidade tem competência para parar com esta bagunça

É O PAIS QUE TEMOS

Anónimo disse...

O Anónimo das 2:14 PM, Janeiro 26, 2010, têm de se modernizar. O que se passa hoje em dia em Porto Covo é a visão de futuro. Um turismo de qualidade, uma maior qualidade de vida para os habitantes de Porto Covo. Os olhares saudosistas não nos levam a lado nenhum.

Anónimo disse...

Isto e uma verdade inconviniente!
os mesmos senhores feudais dos tempos modernos que aprovaram isto criaram leis para os habitantes de PORTO COVO nem poderem pescar entre o porto covo e o barranco do queimado havia velhotes que pescavam e mariscavam la desde gaiatos
TIVESSE O CHICO NA C.M.SINES

Anónimo disse...

Ah granda chico. Já te esqueceste do que fizeste ao porto covo com a investifinatur. Deixaste a câmara pendurada em milhões e agora vens com isto. E esta ah?

Anónimo disse...

É com alguma surpresa e indignação que leio este artigo do ex-presidente da Câmara Municipal de Sines, em que este se interroga em como foi possível vender as quintinhas da Parreira. Estas foram vendidas da mesma forma que foram vendidos os apartamentos em frente ao pavilhão dos desportos de Sines, apesar de sobre eles recair uma hipoteca e como tal não poderem ser vendidos. Estou a falar de 32 apartamentos que a Câmara Municipal de Sines vendeu sem poder e em que os moradores aguardam há 34 anos pela resolução em tribunal, do diferendo entre a Câmara e o construtor, para tentar efectuar as escrituras.

Observador disse...

Estranho Post do Francisco Pacheco que enquanto Presidente da Câmara de Sines, deixou nascer e crescer o menino, quanto ao Post em si não posso estar mais de acordo e já levantei a questão quer na Assembléia Municipal, quer na Câmara ao longo dos anos.
A verdade é que nem as Quintinhas da Parreira nem os lotes da Caniceira parecem incomodar muito estas entidades, assim como não incomoda que a Junta de Freguesia de Porto Covo não receba um tostão do IMI das habitações rurais na Freguesia, quando vemos autênticos palácios com tudo e até piscinas, na Cabeça da Cabra e não só, construídos não sabemos como, em sítios que tinham casas de 50/60 metros, dando a sensação que ninguém as declara á Câmara Municipal e ao Fisco e por isso não estarão a pagar IMI.
Cumprimentos Luís Gil

Anónimo disse...

Ao visionário das 8:38PM,informo que se encontra em fase de estudo,a criação de uma reserva natural de Lôbos,para os lados de Morgavél e Burrinho,sendo a futura sede desta instituição na Ortiga.
Mais Macacadas!!!
PS.As avestruzes tambêm mereceram um lugarzinhona Arca.
Bem Hajam
Pedro.R.C

Anónimo disse...

O Grande Eça de Queiroz escreveu um dia:

«OS POLITICOS E AS FRALDAS
DEVEM SER MUDADOS FREQUENTEMENTE
E PELA MESMA RAZÃO.»
Eça de Queiroz

Pedro.R.C

Anónimo disse...

Ao senhor Pedro R.C....ou anónimo...
Agradeço que queira ser mais explicito sobre este post, que transcrevo, pelo absurdo:
"Ao visionário das 8:38PM,informo que se encontra em fase de estudo,a criação de uma reserva natural de Lôbos,para os lados de Morgavél e Burrinho,sendo a futura sede desta instituição na Ortiga.
Mais Macacadas!!!
PS.As avestruzes tambêm mereceram um lugarzinhona Arca."
Se tiver alguma dúvida sobre esta questão agradeço que me contacte, que teremos todo o gosto em o esclarecer, em vez de estar a escrever incongruências.
Francisco Lobo, de Morgavel

V Gama disse...

Esta artigo do Chico sobre a Parreira deixa-me espantado.
Então ele não esteve lá longos anos, isto não foi iniciado no tempo dele.
Não tem acesso à comunicação social para ter denunciado isto mais cedo?
Não esteve numa campanha eleitoral onde se calou sobre isto?
Acho que é preciso muita lata!
E desde os anos 80 TODOS os autarcas tem culpa no cartório por este desastre.
Para não falar no Estado...
E que tem ele e o Coelho a dizer sobre o Parque de Campismo de Morgavel, outra vergonha, sem licença, esgotos directos para a praia, contrução de cimento.
Eles falam muito mas quando deveria ser necessário falar calam-se.
Tenham vergonha!

Anónimo disse...

Então e a como é que estão a vender esses lotes?
É que se a lei "funciona" para os espertos de fora, também deve funcionar para os parvos de cá, como eu.
Nós, os de cá, por pudor a estas situações, limitamo-nos a criticar, e os de fora, compram...e mais tarde seja o que Deus quiser, logo alguem há-de legalizar...
Quanto custam os lotes, digam lá, amigos...

Anónimo disse...

Olha o amigo GIL há tanto tempo que não se deixava ver
Entam essas obras tão prometidas são para fazer ou era só treta

fico ansioso pela resposta


OBRIGADO

Observador disse...

Ao anónimo que me chama amigo,se tem saudades minhas pode sempre vir a Porto Covo onde eu estou quase sempre, quanto ás obras não se preocupe pois o mandato começou de facto em Janeiro, até lá foi para apreender a realidade e fazer um plano que foi aprovado em 30 Dezembro para 2010/2013, no fim prestaremos contas mas não é a si, é á população de Porto Covo por quem somos permanentemente fiscalizados e não me chame amigo "pois sou eu que escolho os meus amigos"
Cumprimentos Luís Gil

Anónimo disse...

Afinal ninguém sabe o preço dos terrenos?
Ou não querem dizer e já os compraram todos?
Espertinhos...
Nem o Sr. Gil Observador nos informa dos preços?
Ok, ficam então para os de fora, que teem mais valor que os de cá (nós)...
Já estamos habituados, desde o tempo em que alguns pescadores ensinavam os melhores pesqueiros aos turistas e não o faziam aos da terra...