segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O risco

Chamem-me saudosista, mas gosto de pensar que somos um Povo que gosta de correr riscos. Talvez possa ser um optimismo cego, que me protege da desilusão que seria se não fossemos assim, mas acredito mesmo na coragem do Povo Português. Há quem defenda e enalteça a paciência, como virtude nobre do ser humano, já eu apesar de lhe reconhecer a utilidade, encaro-a muitas vezes como uma máscara confortável da insegurança. Divagações à parte, confesso que após o ultimo acto eleitoral, ponderei a minha entrada nos meandros da vida política Siniense, sendo, como é óbvio a minha possível sede de filiação, a concelhia do Partido Socialista de Sines. Por desleixo, ou talvez por desconfiança, fui deixando o tempo passar, afinal de contas vinham aí decisões e tomadas de posição importantes e definidoras de muita indefinição. E assim tem sido, posições foram assumidas, decisões encontradas e aprovadas e eu, cada vez mais longe da política. Desilusões só tem quem se ilude, é um facto, mas o que pode fazer um sonhador senão isso mesmo?
Do PS Sines nunca mais ouvi falar, nada foi comunicado, nada foi explicado, nada justificado àqueles que são os mais importantes, os eleitores. Já o SIM, continua, com sucesso, a mascarar o caciquismo que encerra, numa entidade aberta e tolerante, emitindo comunicados e actualizando com frequência o seu site. Pelo meio foram definidos, com a abstenção ou voto favorável do PS, pontos de extrema importância para os Sinienses, tais como as Taxas de IMI, IRS, Derramas, bem como aprovado o Orçamento Municipal proposto. No entanto o partido em quem eu votei, continua ao que parece, em silêncio, vivendo fechado sobre si mesmo, desprezando aqueles que nele votaram.
A mim, que possivelmente serei uma pessoa sensível a estas coisas, deixa-me triste este desaparecimento precoce de uma oposição que se previa forte e presente. Esforço-me por não acreditar nas vozes que falam numa aproximação do PS ao SIM, até porque isso iria contra a consciência dos que lutaram e ainda lutam, por tirar este terra das mãos de um clã que se perpetua e também porque essa atitude iria apenas prolongar e aumentar a existência desse cancro local.
A realidade é que Sines continua na mesma, arruamentos degradados, ausência de actividade social, actividades recreativas e desportivas quase inexistentes, a condizer logicamente, com as condições arcaicas ou inexistentes que o município oferece. Mas pior que isto, Sines continua quase surda e, o pouco que ouve, ouve-o de uma só voz, resta-nos a visão já que o tacto e o olfacto pouco nos ajudam nesta história e até a visão, é relativa e influenciável.

9 comentários:

Anónimo disse...

Penso que tem estado pouco atento, recentemente escutei na Rádio Sines o Carlos Silva a falar de vários assuntos, entre eles as Taxas, Orçamento de GOP.
Cumprimentos

técnico desiludido disse...

Gostei muito do que aqui li|
Como SOCIALISTA sinto vergonha de mais uma vez verificar que as pessoas em que votei não estão à altura dos lugares que ocupam!
Mais uma vez a história se repete-Não fazem Oposição a NADA-dizem SIM a tudo-desde orçamentos a outros assuntos de interesse para Sines-Nem parece que o P.S. existe na Câmara-De D.Idalinos a D. Mascarenhas o jogo é igual-SINTO VERGONHA!
O meu P.S.merece outro tipo de pessoas-pessoas do lado de esquerda e não senhores conservadores a tentarem parecer de esquerda!

Anónimo disse...

Se o autor do post tivesse tempo para assistir as sessões da Assembleia Municipal, teria a prova provada da consonância das duas "forças" PS/SIM...
O PS "conseguiu" ficar com a Presidencia e o Secretariado da mesa de sessões. Ainda não se notou que isso servisse de alguma coisa, para diferenciar. Quem "comanda" as sessões é o Presidente da Câmara...(os assuntos a debate, são os que ele manda)
As diversas "oposições" presentes na constituição da Assembleia Municipal, pouco ou nada dizem e quando falam, o Presidente chateia-se e diz que não fala mais...
Se o Presidente da Câmara não fala mais, então que falem as "oposições"...repare-se, eu digo "oposições", é que o PS, para mim não é oposição, é mais YESMAN...deu uma cambalhota extraordinária e impensável...
Por agora fico por aqui...

Anónimo disse...

Pois é pois é meus amigos, a mim não me enganam eles, já à alguns anos que deixei de dar para esse peditório.
Entre a maioria dos PS's e o SIM a diferença não existe, é tudo farinha do mesmo saco querem é tacho, tacho, tacho, os sineenses que se lixem...

PV disse...

O técnico tem de aparecer na sede ou fazer uma lista para as próximas eleições da concelhia, se for militante, claro.
Claro que este PS sempre teve um problema de comunicação (que eu defendo que prejudica e muito...) mas também não podemos dizer que nada se faz.
Existem demasiadas teorias e poucos actos, mas não vejo por parte dos militantes que dizem e que refilam, qualquer tipo de participação construtiva e, mais que tudo, activa... falar é fácil fazer... é uma chatice, "não há tempo, são sempre os mesmos, o que é que eu vou fazer lá" ... uma série de desculpas.
A sede está fechada? Quem pode ir abrir? O que fica lá a fazer se até os cafés estão às moscas..., não há comunicados à população? pois não... também não existem militantes para o fazer... porque quando os há são feitos sempre pelos mesmos... porque infelizmente são os únicos que ainda o vão fazendo. Existe carolice de alguns, mas devia existir de todos. Existem militantes que aparecem nos outros movimentos políticos e quando se apercebem que não ganham nada com isso voltam à "base"... mas só quando convêm.
Da minha curta militância (4 anos) existem alguns ( demasiados) militantes que NUNCA os vi em qualquer acto ou reunião... ou mesmo em jantares ( a comida poderia ser um atractivo...).
O PS em Sines precisa de todos e não de alguns mais activos, a força está na união, no trabalho em equipa, na discussão em sede própria, na militância honesta e leal.
Na Odisseia de Homero, Ulisses pergunta ao Rei de Esquéria, como é que os seus navios iriam dar com o caminho até à Itica, já que as condições atmosféricas eram adversas... ao que ele respondeu, que confiava na inteligência dos seus remadores.
Remadores? então e o comandante?
Que vale um bom líder se não existem tropas competentes.
Querem um PS de Sines forte? Militem.

(Definição: Militante - Activismo, no sentido filosófico, pode ser descrito como qualquer doutrina ou argumentação que privilegie a prática efectiva de transformação da realidade em detrimento da actividade exclusivamente especulativa. Nesse sentido, frequentemente subordina sua concepção de verdade e de valor ao sucesso ou pelo menos à possibilidade de êxito na acção.)

Guerras só com comandantes não se chegam a dar.

Passem bem.

Anónimo disse...

Boa Bruno, só tu para levantares a "lebre"! Oposição o que é isso? Dá muito trabalho! É melhor andarmos por aí, aparecermos nas eleições, e sempre pode escorregar um taxito, quer na APS, quer na Região de turismo ou agora ainda mais premente na nova Comissão intermunicipal.
Sines está condenado a isto.
Então depois do Guinote ter desaparecido e do Brás se ter "encostado", não esperemos por mais.

Jorge Pereira disse...

Pois é, o risco é saudável se for tomado de forma consciente. O que me parece é que cada vez mais se confunde inconsciência com a vontade de correr riscos. Acho mesmo que a maior parte dos riscos que se correm são de forma bastante inconsciente... Quanto à falta de comunicação do PS, parece-me que é mais do mesmo... Há quantos anos não ouço vozes capazes de se ouvirem por parte do PS Sines? Não é um risco, esta falta de comunicação (principalmente com o seu eleitorado) é mesmo uma inconsciência que me parece que vai ter custos muito elevados nas próximas autárquicas... O desempenho na Assembleia até pode ser razoável, mas se não se passar essa mensagem para a população, de que serve o resto?

H2SO4 disse...

Os erros pagam-se e o excesso de ambição ou confiança acaba na descrença ou no YESMAN. Entretanto todos se vão arranjando.
Depois do resultado de Outubro e de tudo o que o antecedeu só havia um caminho: saltar da concelhia.
Não gosto de repetentes e ainda menos de repetentes burros ou tachistas (agora com o acordo ortográfico não confundam com taxistas).
Volta Vítor estás perdoado e tinhas a razão toda.

Anónimo disse...

mantenho a esperança queo Braz decida, e o PS aceite, pois reconhecer, certamente reconhece, que a solução passa por ele