quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Orçamento Municipal 2010

Oposição contra “falta de rigor” e opções do orçamento de Sines

O PS lamenta que o orçamento de 2010 da Câmara Municipal de Sines, que ascende a quase 46,5 milhões de euros, continue a “apresentar falta de rigor nos valores apresentados”, uma situação que se agrava, no entender da CDU, com as opções tomadas pela maioria SIM, que dão prioridade à educação, às acessibilidades e ao saneamento, em detrimento da saúde e do ambiente. O presidente da autarquia, Manuel Coelho, considera que o documento ressente-se “pelos grandes investimentos do passado, feitos sem qualquer comparticipação de verbas do quadro comunitário”, e pela conjuntura económica “difícil, que impediu a venda de património e originou uma redução das receitas dos impostos em 2009”.
Esta situação levou a que a autarquia disponibilizasse o grosso do investimento para o saneamento, para a educação, com a construção da nova escola integrada junto à 2,3 Vasco da Gama e do novo centro escolar em Porto Covo, e para as acessibilidades, que englobam a construção da estrada Morgavel-Porto Covo-Parreira e a transformação em avenida do troço de via rápida entre a entrada da cidade e o terminal petrolífero. “A freguesia de Porto Covo vai ter um apoio de mais de 8 milhões de euros, um valor como há muito não se via”, destaca o edil sineense, enfatizando a concretização do Polis Litoral Sudoeste, que engloba a requalificação do portinho, a construção do terminal de auto-caravanas e a requalificação da praia Grande, da Ilha do Pessegueiro e da Samouqueira, num investimento de 3,2 milhões de euros.

Além da concretização do programa de regeneração urbana, Manuel Coelho sublinha a importância do arranque faseado da construção da cidade desportiva, bem como de um “grande projecto, que prevê a construção de cem fogos a custos controlados, que ajudará a resolver alguns problemas decorrentes de habitação”. Apesar deste último, Francisco do Ó Pacheco, vereador da CDU, lamenta que o executivo não tenha optado “por conferir mais apoios às famílias, nem às pequenas e médias empresas (PME)”. “Os apoios aos pescadores também são escassos e discricionários”, refere o comunista, que lamenta também que a autarquia não preconize propostas que viabilizem a construção do novo centro de saúde em Sines, uma situação “vergonhosa para a câmara municipal e para o próprio Governo”.

Idalino José, vereador do PS, discorda da posição da CDU, uma vez que, apesar de “reconhecer que o novo centro de saúde faz falta”, já existem “conversas entre a autarquia e a Administração Regional de Saúde do Alentejo, que verbalizam a construção da infra-estrutura”. “É uma obra que o PS acredita que vai estar concluída ainda neste mandato”, acrescenta. A mesma opinião é corroborada por Manuel Coelho, que adianta que a autarquia, “além de ter cedido o terreno, já está a pressionar as entidades competentes no sentido de o equipamento estar finalizado até 2012”. Por isso, o presidente da câmara municipal acusa a CDU de estar a “proferir disparates, numa política meramente populista e de bota-abaixo, que não vê a gestão adequada que está a ser feita”. “

Francisco do Ó Pacheco, que refere que “o controlo ambiental e a monitorização das várias fontes de poluição são letra morta no orçamento para 2010”, lamenta ainda que a autarquia, em “quase situação de insolvência”, continue a enveredar “por uma atitude despesista, com gastos na cultura, desporto e recreios que ascendem a muitos milhões de euros”. “É um endividamento galopante que parece não ter limites”, reforça. De acordo com os dados avançados pela câmara municipal, o orçamento para o próximo ano expõe também a prossecução do investimento em Sines como cidade da cultura, nomeadamente através da realização do Festival Músicas do Mundo, da consolidação do projecto da casa Vasco da Gama e do apoio à escola de Artes de Sines.

Com uma previsão de redução das despesas correntes em cerca de 1,4 milhões de euros, face a 2009, e com a prioridade de introduzir modelos de gestão que procurem conter custos e aumentar a eficácia, as Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento para 2010 foram aprovadas por maioria em assembleia municipal com os votos favoráveis dos deputados do movimento SIM. As bancadas do PS e do PSD votaram a favor das GOP e abstiveram-se na votação para o orçamento, enquanto que o PCP e o BE votou contra ambos os documentos.

Setúbal na Rede

5 comentários:

Anónimo disse...

"Sines:Fogo-de-artifício no fim de ano cancelado

A Câmara Municipal de Sines informa que, devido às previsões de mau tempo, o espectáculo de fogo-de-artifício programado para a baía de Sines na passagem de ano já não se irá realizar."

"Odemira:Passagem de ano com fogo de artíficio sobre o mar

As localidades de Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar, no concelho de Odemira, vão este ano conhecer uma passagem de ano mais animada e cheia de cor, com a realização de festivais de fogo de artifício."

Por vezes nem nos aprecebemos da dimensão do país, a distancia têm destas coisas, se não fosse a enormidade de km a precorrer ia ver o fogo a Odemira...

Ou será que isto já é o efeito do novo orçamento?
Ou uma hipotese mais real, sem money não há palhaços.
É que ele houve o 25 de Abril, houve o FMM e...pois com um pouco de calma quem esperou até agora também espera mais uns dias...ou não...
Bendita chuva...

Anónimo disse...

Alguém pode recordar ao Dr.MC que festas, passeios, jantares, etc, são normalmente associados a populismo. Na mesma virada poderão informa-lo que a expressão "Bota-abaixo" se aplica como uma luva aos projectos por ele apregoados, pois para os concretizar vai abaixo uma parte significativa do património actual, estádio, pavilhão, escolas, mercado, e com um pouco mais de persistência a sede do ginásio vai no mesmo pacote.

Anónimo disse...

Porque é que a câmara não entrega o CRS (Centro Recreativo Sineense) a um construtor privado, para a reconstrução do mesmo, desde raíz, mantendo a mesma arquitectura exterior?
Ficava a câmara com o espaço do rés do chão, e o construtor exploraria (venderia) os restantes pisos (2 salvo erro).
Teríamos certamente mais um espaço de laser no rés do chão, provavelmente sede de uma associação local e nos restantes pisos habitação nova no centro histórico, com mais habitantes para aquela zona ,que tanto precisa.
Isto é uma ideia entre tantas outras...
A cãmara não gastaria um tostão e contribuiria rápidamente para mais habitação e espaço de convívio no centro histórico...

Anónimo disse...

Espero que fique em acta e que a mesma seja publicada no site da câmara, com as diversas intervenções dos deputados e da câmara na discussão das GOP e do Orçamento...
Actas tipo edital não dizem nada aos cidadãos desta terra...

Anónimo disse...

não existe no orçamento menção à compra do edificio dos correios e ao museu, no centro histórico, conforme prometido. Eu que votei Sim, espero a aportunidade para encontrar cara a cara quem prometeu, para lhe chamar mentiroso de forma clara e sonora.

Depois em tribunal o juiz verá quem fala verdade.

os apoiantes do SIM e vendedores de promessas andam tão calados e com a sede fechada. Agora é tarde e vão ter que pagar moralmente ter sido enganado, como eu.