domingo, 22 de novembro de 2009

Cada vez mais complicado

O grupo francês Veolia - responsável pela construção da fábrica de utilidades que deverá servir a unidade da La Seda - está a exigir o pagamento imediato de 100 milhões de euros, tendo já avançado com uma acção judicial.

O director da Artenius, empresa que não está envolvida neste processo entre a La Sede e a Veolia, garante que o problema será de fácil resolução, justificando que os cem milhões de euros traduzem a garantia de que o grupo francês dispunha para a construção da unidade fabril em Sines. Contudo, e devido à paralisação do projecto, a sua empreitada encontra-se parada. "Julgo que com o arranque da obra isto fica resolvido", admite Rui Toscano.

O Parque Industrial de Sines, onde o grupo espanhol está a construir a sua fábrica, permanece de portões fechados. As obras serão retomadas quando as dívidas aos fornecedores forem saldadas.

Falharam as previsões que apontavam o reinício das obras - interrompidas em Setembro quando já estava 50% do trabalho feito - para princípios de Novembro, porque ainda há dívidas a fornecedores, como à Martifer e à Somague, num total de 62 milhões de euros. É a verba necessária à retoma imediata dos trabalhos, sem os quais a viabilidade do projecto da empresa sediada em Barcelona, orçado em 400 milhões de euros, fica ameaçada. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) detém 7% do consórcio português e o compromisso de libertar 150 milhões até à sua concretização.

É que segundo Rui Toscano, director industrial da Artenius-Sines, o projecto carece de um timing para ser executado, de forma a garantir os níveis de competitividade, o que obriga a retomar as obras até ao final do ano, para que seja possível concluir a fábrica até Dezembro de 2010 e assegurar o início da produção no primeiro semestre de 2011. "Mais do que preocupado, estou ansioso, em função destes prazos, porque estou convencido de que a competitividade deste projecto tem que ver com questões de mercado e com a nossa concorrência", sublinhou ao DN, excluindo, "para já, cenários pessimistas".

Para Rui Toscano, os 62 milhões de euros reclamados pelos fornecedores "não são nada de extraordinário", encontrando-se dentro do âmbito de financiamento do projecto. "O investimento tem um valor da ordem dos 400 milhões, tendo sido validado com autorização para execução. Afinal, está em causa um projecto que vai dar emprego a muita gente, com uma facturação de 500 milhões de euros, sendo 95% provenientes de exportações. Além de ser um pólo agregador de outros investimentos", insiste Rui Toscano.

A Artenius garante, ainda assim, que apesar desta paragem está preparada para retomar a obra a todo o momento, tendo iniciado reuniões de planeamento com os empreiteiros em Outubro, visando o recomeço das obras nos primeiros dias de Novembro.

Como não se confirmou, os encontros prosseguem, sobretudo porque a Artenius tem informações da própria CGD que apontam para o reinício das obras nos próximos dias. "Dizem-nos que pode ser de um momento para o outro e, do ponto de vista técnico, isso obriga-nos a estar preparados, porque o recomeço de uma obra obedece a uma série de etapas, para que haja uma entrada ordenada em nome da segurança", explicou Rui Toscano.

Em relação a este projecto e ao romance que tem alimentado, por diversas vezes deixei aqui a minha opinião, quanto ao seu director industrial, Rui Toscano - que importa esclarecer que não conheço-, quero manifestar a minha admiração pelo seu incansável trabalho de diplomata a que se deve em grande parte o factio de manter viva a crença num projecto que parece cada vez mais condenado ou pelo menos condicionado na sua optimização

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2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Braz,

Também para mim o senhor Toscano é um ilustre desconhecido. Mas depois de mastigada a bela reportagem aqui exposta, parece-me que muita coisa está ainda por esclarecer neste embrulhado caso da Arteniu Sines. Por exemplo:

Afinal de quem é a responsabilidade da paragem do projecto? Do grupo catalão La Seda de Barcelona ou da nossa CGD? Quem nomeou o senhor Toscano «Director Técnico» dessa empresa de futuro promissor? Faria de Oliveira ou Rafael Español?

Eu também concordo que os 62 milhões de euros reclamados pelos fornecedores não sejam nada de extraordinário mas… na condição de não saírem do meu bolso! A saírem que o seja dos bolsos de todos os portugueses seguindo a batuta da CGD e em beneficio dos muitos empregos criados, nomeadamente do pessoal que fez da ex-finicisa de Portalegre um monte de cacos e ferro velho.

A facturação de 500 milhões anuais vindos da estranja é deveras interessante. Mas quanto vamos pagar à mesma estranja pelas matérias-primas na produção de 700 mil tons de TA? O senhor Toscano fez bem as contas? E quem nos vai comprar o ácido ftálico produzido em Sines? O senhor Toscano sabe?

Pode, meu caro Braz, ser um admirador da personalidade marcante do senhor Toscano como competentíssimo engenheiro-técnico da nossa praça. Mas, felizmente, posso assegurar-lhe nesta altura do campeonato que o projecto de Sines a seguir em frente nunca terá ao leme esse diplomata (sic) que de expert na matéria, parece só ter a… farda!

Anónimo disse...

Louve-se a insistência ou lastime-se a cegueira?