quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Independentes

Maria Antónia Pires de Almeida, especialista em poder local, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE), prevê que fenómeno dos independentes não vai crescer no futuro.
Para a docente do ISCTE, o crescimento de eleitos independentes em eleições autárquicas renovaria o sistema político português. “No norte da Europa este fenómeno é visto como uma lufada de ar fresco, algo positivo, que revitaliza o poder local trazendo novidades ao sistema partidário”, refere a especialista, que indica Alemanha e Bélgica como países-modelo a nível de participação independente na política local.
O surgimento das listas de independentes, entenda-se Movimento de cidadãos, não desaparecerá, tendo em minha opinião tendência para crescer, contrariamente à opinião da especialista. Por dois motivos. 1) O descontentamento dos eleitores com as lutas politico-partidárias e o esbatimento das ideologias, 2) os autarcas que vendo ser-lhes retirada a confiança partidária, por varíadissimos motivos, se apresentam a votos na condição de independentes.
A lei que acabou com o monopólio dos partidos - demasiado tarde, em minha opinião -, e permitiu à sociedade civil organizarem-se para a resolução dos seus problemas e anseios, é utilizada por alguns como expediente para se manterem no poder, contra o espírito da lei.

2 comentários:

O MEXILHÃO disse...

Eu tambem concordo que a criação de movimentos de cidadãos independentes pode ser uma mais valia para a sociedade,mas olhando para o nosso burgo o que se vê é que esses supostos independentes,de independentes não têem nada,porque se olharmos bem para as candidaturas de movimentos independentes em portugal não são nem mais nem menos do que candidatos com profundas raizes partidárias,e os resultados que alcançam é fruto da sua influencia dentro do eleitorado desses mesmos partidos,salvo raras exceções,quase todos estão no activo de funções autarquicas,porque tambem não acredito muito que um independente que sem ter estado no ativo politicamente tenha muitas hipoteses de sucesso.

Anónimo disse...

Não sei se a criação destes movimentos de cidadãos serão uma mais valia para o país. Por aquilo que se viu até agora, eles não passam de movimentos centralizados em objectivos pessoais de autarcas, que se querem prepetuar no poder. A visão focalizada no espaço do concelho, poderá num primeira fase trazer coisas positivas, mas a médio e longo prazo poderá dar azo ao aumento das assimetrias que só podem ser esbatidas se se olhar de forma abrangente para o país. Dai não conseguir vislumbrar como é possivel a um movimento de cidadãos ser uma mais valia para a sociedade. Se se prespectivar que só o nosso umbigo conta e não atendermos a tudo o resto, não estaremos a ser egoistas ao ponto de só nos estarmos a preocupar com o nosso quintal? Mas também sabendo que sem o quintal do vizinho o nosso bem estar vai ser efemero. Logo, isto não será um logro que estamos a tentar incutir em nós proprios?