quarta-feira, 17 de junho de 2009

Legislativas/Autárquicas, Simultaneidade ou não?

A possibilidade levantada pelo PR para a realização dos próximos actos eleitorais em simultâneo parece não ter a unanimidade dos vários partidos.
Desde logo o PS que por ser Governo domina a possibilidade de decidir esta questão, apressa-se a discordar, pelo simples facto de, poder ser penalizado também nas autárquicas, uma vez que parece certo sê-lo nas legislativas, pelo menos a julgar das declarações do seu porta voz.

Não tendo a posição pelo menos oficial dos restantes partidos, pelo menos daqueles que têm assento parlamentar, e sem querer colar-me à sugestão do Presidente, parece-me que ser político e estar na política é, antes demais, ter uma postura de não tratar os cidadãos como “estúpidos imberbes”, uma vez que, até são estes que pagam os seus salários.
Parece-me importante também, que não basta ser sério, é muito importante também parecê-lo.

Posto isto, o que teriam os cidadãos e o país a ganhar com as eleições em simultâneo?

Uma única Campanha eleitoral com um único período;
Apenas duas semanas de campanha em vez das quatro previsíveis;
Uma previsível redução significativa da abstenção com consequências positivas ao nível de participação dos cidadãos na Democracia;
A redução para metade dos tempos de falta ao trabalho para os membros das mesas eleitorais, delegados de listas e todo o staff do ministério da justiça;
A transparência do poder político relativamente aos cidadãos com o controlo da despesa pública e, obviamente considerando a poupança de 10 milhões de euros.

É óbvio que isto implicaria mais algum trabalho de esclarecimento, trabalho político, de todos os aparelhos partidários e mesmo dos movimentos de cidadãos, coisa que não me parece de todo impossível de fazer, basta querer.

Localmente, o que preocupa os cidadãos é facilmente distinguível das preocupações nacionais.
Cabe aos aparelhos partidários não misturar as coisas ou talvez sim, conforme os gostos.

Os partidos maioritários, nomeadamente os da área do poder, não podem virar as costas à crise também por eles fomentada, só porque há eleições, para depois a propósito destas, nos fazerem apertar mais o cinto. Haja decoro senão, os cidadãos terão a palavra.

Egídio Fernandes

7 comentários:

Anónimo disse...

Era bom de ver o idoso iletrado com 4 boletins de voto a perguntar ao vizinho da fila ou ao presidente da mesa. Qual é o voto para a junta ?

Anónimo disse...

As eleições simultâneas são uma faca de dois gumes.
A poupança poderá ser tanta, que, com tanta confusão, os eleitores também poupem nos votos, e mandem os políticos às malvas.

Anónimo disse...

Pois é...
Acho que as eleições devem ser em separado.
Para as autárquicas já há boletins de voto que cheguem. Se lhe vão juntar mais, há pessoas, principalmente idosas que nem lá vão, para não se baralharem e ainda se chatearem.
Gastos com as eleições?
Então e os "outros" gastos que o Governo faz a fundo perdido a favor de certos senhores, só porque investiram onde não deviam e, coitadinhos, perderam dinheiro...
Não baralhem as pessoas...
Eleições no mesmo dia, só irá favorecer alguns, vejam quais...

A.M.D. disse...

Sou a favor das duas eleições no mesmo dia. Duas campanhas e eleições em dias diferentes vão custar muito ao país, que é o mesmo que dizer a nós, contribuintes. Para quem está no poder acredito que seja desfavorável. Está de caras. Mas deviam olhar era ao interesse do país e não dos partidos.

Luis Maldonado disse...

Acho que as pessoas devem ir votar, os dias de voto é o menos importante. É necessário explicar às pessoas que se abstêm que o voto em branco tem um valor enorme, pois se o número de votos brancos for superior a 50%, os políticos teriam de resignar à candidatura e nunca mais poderiam concorrer naquela eleição.
Vamos todos juntos dar um empurrão à democracia e mostrar aos nossos políticos que estamos indignados, chateados, tristes e ofendidos com a forma de se fazer política em Portugal!!

efernandes disse...

Para quem está preocupado com os idosos e com a confusão que possam fazer com quatro boletins de voto, sugiro que os 10 milhões de euros sejam gastos numa campanha cívica, que tal?
Há mais de um milhão de "velhotes" e nem todos, ou melhor, só uma minoria fará alguma confusão, com as eleições, assim como com outras coisas. Se pensarmos em ajudá-los?
Não são os idosos em geral que me preocupam. O que me preocupa mesmo são os "analfabetos funcionais" que, me parece haver cada dia mais.

Anónimo disse...

Porque será que é só nestas alturas que nos preocupamos com o dinheiro que gastamos? Porque será que nos preocupamos com o dinheiro gasto em algo que apela à participação civica de todos e não o fazemos quando quem nos dirige, sem nada nos perguntar, gasta milhões a segurar os investimentos ruinosos de alguns. Porque nos preocupamos com os gastos de uma votação que a todos diz respeito, e que a todos vai trazer consequências, sejam elas positivas ou negativas, e não nos preocupamos com os gastos absurdos nas frotas de carros dos titulares de cargos publicos. Porque nos preocupamos em ser cidadãos de pleno direito, votando quando o temos de fazer, e não nos preocupamos com as comitivas presidênciais e outras, e os seus gastos milionários.
É por estas e por outras que possivelmente temos a democracia que temos. Somos nós próprios que renunciamos aos direitos que temos em detrimento do aspecto material.