A Galp Energia decidirá até ao Verão como vai realizar as suas necessidades de financiamento a partir de 2009, com investimentos programados até 2013 no valor de 5,2 mil milhões de euros.
As opções na mesa são um aumento do capital accionista, entrada em bolsa de uma das suas subsidiárias, a combinação das duas possibilidades, e também a venda de activos “numa lógica de racionalização”.
Com a perspectiva de um aumento dos custos de exploração e produção de petróleo, sobretudo nos blocos presidente executivo da petrolífera portuguesa, Manuel Ferreira de Oliveira, anunciou hoje a 150 analistas o plano estratégico da petrolífera portuguesa para 2009-2013. A decisão sobre o financiamento terá de ser executada até ao final do primeiro trimestre de 2010. Para Ferreira de Oliveira, o aumento de capital - sobre o qual se escusa a comentar alegados desentendimentos entre accionistas – poderá ser combinado com um provável “spin-off” da Galp Exploração e Produção ou da rede de gás natural e sequente oferta pública em bolsa, à semelhança das operações da EDP com a EDP Renováveis, ou outras congéneres europeias.
O compromisso para com o mercado, disse o gestor, é de “uma estrutura de capital forte e fiável”, reconhecendo que “ainda não há consenso sobre a melhor solução” e que não foi ainda apresentada nenhuma solução aos accionistas. Entre “opções viáveis” mas não aconselháveis, e contra soluções de confronto, sublinhou que a empresa tem à escolha “muitas oportunidades, mas tem de ter cuidado para não se desfazer de activos raros”. Deu ainda como exemplo de soluções que os accionistas rejeitam a emissão da dívida, por afectar os rácios, e a venda dos blocos petrolíferos brasileiros do Tupi e do Iara. “O que os nossos accionistas querem é a solução mais sólida a longo prazo e que crie valor para a empresa”.
A Galp prevê para 2009 um cash-flow operacional de 0,8 mil milhões de euros e 1,1 mil milhões de linhas de crédito não utilizadas. No plano estratégico 2010-2013 apresentado hoje ao mercado, a Galp define quatro grandes objectivos: chegar aos 150 mil barris diários, garantindo metade das actuais necessidades diárias de consumo nacional, aumentar em 40 por cento a capacidade de refinação de diesel, em detrimento do fuel, para responder à procura de mercado, aumentar o negócio, por via orgânica, no retalho sobretudo em Espanha e crescer no gás natural dobrando o fornecimento. Esta mudança na refinação será feita na central de Sines, que a Galp diz estar já a trabalhar depois do incêndio de Janeiro. Ferreira de Oliveira admite que o custo da paragem ficou em 20 a 30 milhões de euros.
Com as descobertas e estudos relativos ao Brasil e Angola, a Galp assegura ter hoje recursos que permitem 150 mil barris diários durante 40 anos, quando o consumo diário do país é de 300 mil barris.
A petrolífera deve chegar à sua meta de produção em 2020, sendo que em 2015 deverá atingir os 80 mil barris diários, contra os actuais 15 mil. O plano estratégico confirma que a empresa vai basear o seu crescimento no negócio do petróleo nos próximos anos, prevendo investir 1,9 mil milhões de euros nos próximos quatro anos em exploração e produção. É a segunda maior área de investimento, depois da refirnação, mas é a que mais cresce no período.
Na rede de distribuição, a empresa não vai avançar com a venda dos 130 postos de abastecimento da Esso, admitindo o seu interesse em fazer operações de troca com estações em Espanha.
A Autoridade da Concorrência apenas a obriga a vender infra-estruturas de armazenamento e logística. Na refinação e “rebranding” da rede, a Galp destina 2,2 mil milhões de euros de investimento.
1 comentário:
petróleo: paz à sua alma!
galp: paz à sua alma!
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