quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Pessoas de Bem

A agência de notação de risco Standard & Poor’s colocou a dívida portuguesa em vigilância negativa e avisou que uma decisão de baixar o notação nos próximos dois, três meses dependerá agora da evolução da políticas orçamentais e financeiras do Governo.Esta decisão significa que a agência está preocupada com a capacidade do Estado de satisfazer as suas responsabilidades orçamentais, o que coloca mais pressão sobre Portugal nas emissões de dívida pública que terá de fazer este ano.
Sou duma geração em que se dizia que o Estado era "Pessoa de Bem, como os professores era pessoas respeitáveis e a policia uma autoridade respeitada e temida. Os dois últimos foram decapitados no seu status social, à machadada de vários actos políticos, agora, e somente, para os menos atentos, o Estado Português não é uma referência de honorabilidade. O incumprimento de prazos de pagamento, decisões arbitrárias, utilizações abusivas, entre outras, minou gradualmente a sua honra.
Agora por muito que venham apregoar, a sua "assinatura" perdeu credibilidade, e todos sabemos o que vale um aval destes, nos cruéis mercados financeiros.

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade que o Estado apresenta: incumprimento de prazos de pagamento, decisões arbitrárias, utilizações abusivas", mas penso que não podemos ligar isso à possível diminuição da notação de risco. Também outros países estão em risco de verem a sua notação baixar e isto tem mais a ver com a crise financeira internacional do que propriamente com os erros apontados anteriormente, até porque as agências de notação foram acusadas de alguma responsabilidade na crise, porque não souberam prever os riscos de algumas empresas e agora com todos os países a aplicarem políticas orçamentais expansionistas, vieram já avisar, para que a acusação não se repita.
Agora é verdade que isto vai trazer mais encargos para todos nós. Pela via orçamental, porque o estado tem que pagar mais pelas suas dívidas e porque este risco é transferido também para as famílias que acabam por ter também créditos com spreads mais elevados.
LR