sábado, 23 de agosto de 2008

A realidade e a estatística

A semana que agora finda, mostrou definitivamente que o crime já não é brando em terras lusas. Acabaram-se os tempos em que os crime de sangue, eram maioritariamente por disputas de terrenos e mulheres. O crime mudou, tornou-se sofisticado e violento, muito violento. Resta saber se os meios policiais acompanharam esta mudança, em termos de equipamentos e efectivos.

Por coincidência saiu na mesma semana dados estatísticos que a criminalidade está a baixar. É uma tentativa de gestão da percepção, para enganar parolos. Preferia 10 assaltos do antigos, à portuguesa, sem violência, pela surra, quase pedindo desculpa por estar a assaltar, do que apenas um com as características do assalto efectuado que sucedeu à carrinha da Prossegur, que revela profissionalismo organizado.

O anúncio da criação de 130.000 novos postos de trabalho, como feito do Governo é tão ridículo como acusar o mesmo governo pelos novos desempregados. Hoje, o anúncio de que 100.000 empregos correspondem a indivíduos em formação profissional, portanto falso emprego, em nada surpreende quem conhece o mercado de trabalho em Portugal. Desde há muito que o IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional, deveria ser ISFP - Instituto de Subsídios e Formação Profissional. Qualquer empresa de Trabalho Temporário (TT), de vão de escada coloca mais trabalhadores - precários é certo, mas não é também a formação profissional, uma forma de trabalho precária? - do que o Centro de Emprego. Por uma razão simples, os Centros de Emprego tornaram-se máquinas burocráticas do Governo, afastaram-se das empresas e deixaram de conseguir interpretar o mercado.
Quantas empresas de TT visitaram a sua empresa no último ano? E os responsáveis do Centro de Emprego da sua área? Eis a resposta.
José Sócrates, não conhece a história do Pedro e do Lobo, mas nós não nos esquecemos dela.

14 comentários:

Anónimo disse...

Nos meus comentários não costumo fugir ao tema mas...
é algum problema da net/pagina do blog ou um dos mentores do Blog deixou de o ser?
A caixa de comentários lateral deixou de funcionar por mau uso? Ou o ultimo tema que por lá correu originou problemas?

Estação de Sines disse...

A Célia não era um dos emntores deste blog, mas uma convidada, quer por sua iniciativa optou por prescindi da sua colaboração.
Em relação à caixa de comentários, foi retirada, visto até à data não ter contribuído para nemhuma discussão séria, pois até pelo reduzido espaço de comentários, não se enquandra no que se pretende deste blogue. De todo o modo, estarão sempre disponíveis a opção de colocar comentários ou enviar-me via email: antonio.luis.braz@hotmail.com

Anónimo disse...

Do post digo que o país vive uma vaga de crime violento sem precedentes, como foi o caso do roubo da carrinha Prosegur, altamente sofisticado e profissionalizado. As nossas forças de segurança estão desactualizadas face à nova realidade do crime em portugal. Por outro, este senhor Rui Pereira, MAI, é um dos mentores da última reforma do código penal e a ele se deve que muitos criminosos andem cá fora. Lembram-se dos muitos que foram soltos assim que o CP entrou em vigor ?
É assim que este país está.
Quantos aos empregos que o PS prometeu e aos 1500 postos de trabalho no call center da PT no Norte...é para rir. Como o bloco diz, este governo deu início à geração 500 Euros, que são os ordenados miseráveis da maior parte dos empregos que Sócrates criou.

Anónimo disse...

Os centros de emprego são tambem uma boa via , para que o partido do governo coloque os seus boys. Veja-se o caso de sines...
os laranjinhas foram corridos e a margarida foi dar uma voltinha até santiago...

Um pouco fora do contexto mas...

Anónimo disse...

""O anúncio da criação de 130.000 novos postos de trabalho, como feito do Governo é tão ridículo como acusar o mesmo governo pelos novos desempregados"".

"HOMESSA"!
Mas que frase mais ridícula!
Não diz a letra com a caneta. Então não foi este governo RESPONSÁVEL pelos novos desempregados, fui eu não?!
vEJA-SE APENAS ISTO:
BAGÃO FÉLIX dizia que um dos pressupostos do CT era a criação de emprego, entre outros. 4 Anos depois, teríamos ficado muito satisfeitos se estes xuxialistas tivessem acarinhado as empresas e trabalhadores para a manutenção dos postos de trabalho existentes que os 150 mil se não aparecessem por intenção governamental, logo apareceriam.
Poisx...Vão-me dizer que é a economia Mundial, rebeubeu, etc.
Então o nosso primeiro não foi o chefe da UE num período de 6 meses e em vez de tentar virar a política europeia para nós europeu, não tentou virar a política ao contrário entertendo-se com tradados de lisboa e outras "merdas" que não interessam ao comum dos cidadãos.
Esta gente meteu na "carola" que só apertando o cinto à força impondo políticas de miséria com baixos salários, precarização dos mesmos se desenvolve a economia. Poisx...Eu lembro que há mais de 30 anos que temos à frente das pastas da economia e das finanças, indivíduos do mais alto gabarito em economia. Pergunto, se esses tipos são tão bons, se até tiveram maiorias absolutas (poderes absolutos), porque é que não conseguiram mudar tudo isto? Serão eles que são, ao contrário do que dizem, incompetentes ou será que por outro lado, as políticas perseguidas é que são incorrectas?
tenho aqui que referenciar também o comentador principal do post quando a dado ponto do seu discurso, faz quase a apologia das ETT em detrimento dos centros de emprego. Não é aceitável que os mercadores de mão-de-obra, os mercadores de carne humana escrava, sejam de certa forma elogiados pelo trabalho que fazem-dar emprego. A que preço? O que faz essa gente de útil à sociedade?
Contratam trabalhadores a 5 € por hora, quando recebem por eles 10 e dão-lhe um xuto no traseiro quando não interessam sem indemnização. porque é que este tipo de contratação deixou de ser feito pelas empresas que beneficiam desse trabalho? Não haverá aqui conluio e participação nos lucros umas das outras? Porque é que o estado, este estado não fiscaliza? A IGT não actua e sabe-se bem porquê.
Por este andar, caminhamos todos para cidadãos temporários enriquecendo definitivamente os gurus que TODOS conhecemos. Se este blog quer ser serviço público, tem a obrigação social de chamar à atenção também, para isto.
Os filhos dos nossos filhos não vão orgulhar-se dos avós que têm.

Estação de Sines disse...

Com a liberalização dos mercados, a economia portuguesa como as restantes, está muito mais exposta aos ciclos económicos mundiais, e os governos têm menos instrumentos de intervencionar a economia.
É evidente que o Governo Central, com algumas medidas que pode tomar - sociais, fiscais, etc - altera o mercado de trabalho. Agora atribuir ao Governo a criação de 130.000 novos postos de trabalho, parece ridículo, pois este são da inciativa privada (valha-nos isso), do mesmo modo que o Governo não pode ser inteiramente responsável pelos milhares de novos desempregados, apesar de também ter alguma responsabilidade.

Estação de Sines disse...

Em relação àas empresas de TT, em ocasião alguma ou defendo a sua existência. Antes pelo contrário, a sua existência é a prova da fal~encia das relações laborais tal como as conhecemos, eles existem e susbsistem porque falharam as associações patronais, os sindicatos, os patrões, o mercado, a ACT (ex-IGT), todos inclusivé os próprios trabalhadores. O meu lamento é que a ineficiência dos centros de emprego - instrumentalizados pelos vários governos - muito têm contribuido para a proliferação das empresas de TT.

Anónimo disse...

Falharam as associações patronais, os sindicatos, os patrões, o mercado, a ACT (ex-IGT), todos inclusivé os próprios trabalhadores.

As associações patronais não falharam de forma nenhuma, estão até muito bem, segundo o seu, deles, ponto de vista.
Reformularam a forma de contratação de forma a retirarem os direitos aos trabalhadores instituídos por lei e associando-se com as empresas de TT de que são também donos.
Há promiscuidade nesta forma de contratação, há ineficácia da Lei, há ineficácia provocada pelo poder central na ACT e assim, com a precariedade generalizada, com trabalho clandestino, que é disso que falamos, a tendencia para sindicalizar decresce como é óbvio. Daí, também a impotência dos Sindicatos. Estes, para além das actividades de informação e propaganda, têm a grande força na possibilidade de decretarem GREVE. Poisxxxx Decretar greve para aqueles trabalhadores? A Greve é feita pelas pessoas e não pelos dirigentes dos sindicatos. Bagão Felix e Vieira da Silva elegeram a sua luta contra os Sindicatos da CGTP para assim atacarem facilmente os trabalhadores.

Estação de Sines disse...

Em relação ao sindicatos, tenho a opinião que muitos se tornaram uma estrutura anacrónica. Mantêm-se amarrados à cartilha "25 de abril". Desde, então, o mercado de trabalho evolui muito - nem sempre no melhor sentido -, os sindicatos nem sempre acompanharam esta evolução. Pela europa fora, os sindicatos passaram a ser parte da solução e não do problema - existem casos, muito positivos também no nosso país -, encaram os patrões sempre como o inimigo do trabalhador, o que também não é sempre o caso.

Anónimo disse...

óh Meu caro "ESTAÇÃO"
Muito teríamos que discutir sobre isso que não está em causa neste post. Em causa está mesmo o trabalho precário, as ETT e uma certa condescendência da sociedade em geral e do poder político em particular para a inevitabilidade da existência dos novos exploradores e capatazes.
Mas sobre os Sindicatos, acho graça À forma como fala referindo-se ao 25 de Abril como uma cartilha. Que o seja então mas, há que ser coerente naquilo que escreve.
Quando diz que o mundo do trabalho evoluiu nem sempre no melhor sentido e é verdade, digo eu muitas vezes no pior sentido.
Os Sindicatos teriam então que evoluir no mesmo sentido? Não foi o 25 de Abril feito para não termos um mundo de trabalho cão?
Se Vc tem idade suficiente, compare lá o trabalho de outrora com o trabalho de hoje e analise o quado de direitos e obrigações.
Já agora aceite esta "bucha" sobre os sindicatos serem parte da solução:
O Governo e Patrões (não confundir com emporesários) aprovaram a revisão mais gravosa para os trabalhadores do CT. A ugt, querendo fazer parte da solução, aprovou incondicionalmente. Acho que os trabalhadores Portugueses ainda não se aperceberam do que está em causa. Tá tudo de férias...

Estação de Sines disse...

Os sindicatos devem ser estruturas que saibam interpretar o mundo do trabalho. Na relação laboral é necessário a existência de patrões, e as empresas têm que remunerar os seus donos. Não entender isto é como matar o doente para acabar com a doença. Exsitem abusos? muitos, falta fiscalização? muita. Falta acordos de empresa como na autoeuropa? também. Em portugal não é prático vermos os sindicatos sentados com as empresas a encontrar soluções para viabiliar as empresas e criar mais postos

Anónimo disse...

Se tivessi jogado no loto esta semana, não haveria jacpot certamente porque no comentário anterior comentei para com os meus botões que iria haver uma referênci à autoeuropa, irra, porque é que não joguei?
A Autoeuropa e os negócios que a envolvem tal como a conheço, e conheço razoavelmente bem, é um "feudo" para algumas forças políticas e governamentais esgrimirem argumentos. O acordo de empresa que existe negociado pelas estruturas representativas dos trabalhadores é sem dúvida nenhuma benéfico para os trabalhadores mas também para a empresa que nos períodos imprevisíveis de paragem da produção fica com menos um problema, o que fazer com os trabalhadores também parados. Assim, manda-os para casa sem perda de salário. Mas o que tem acontecido com as necessidades extraordinárias de produção relativamente ao EOS, SIROCCO e POLO, mantendo ainda em linha a SHARAN, há trabalho extraordinário em catadupa, recebendo os trabalhadores esse trabalho extra e os dias que teriam que ficar em casa estãoa ser pagos. Nada mais do que isto sem contudo desvalorizar as figuras que se tornaram mediáticas. É bom lebrar que empresas como a Autoeuropa, têm sempre a espada sobre a cabeça e não se pode considerar uma estabilidade tão grande quanto aquela que o governo lhe confere.
Dito isto, é bom não esquecer que o trabalho precário, temporário é o que está em causa neste post. Na Autoeuropa, tal como nas grandes fábricas de Sines, há centenas de trabalhadores temporários, pagos à hora, sem qualquer tipo de segurança e até dignidade. Desses, não é importante falar? Ou é apenas importante falar dos que têm acordos de empresa? Também é importante falar de outros que têm e lutam por manter os acordos de empresa e os contratos colectivos de trabalho. falo da Repsol onde há trabalhadores que não têm actualizações salariais ha mais de 2 anos porque não aceitaram subscrever um outro acordo penalizante com um sindicato ugt. mas falo também dos acordos na Galpenergia e da EDP que se mantêm pese embora o esforço das respectivas administrações para os fazer caducar. é um facto que o Governo, actuando em causa própria como árbitro comprado por uma das partes está a fazer tudo para que os tais acordos de empresa caduquem se conseguirem aprovar as alterações ao CT.
Discordo em absolutoda frase:
"Na relação laboral é necessário a existência de patrões, e as empresas têm que remunerar os seus donos"
Prefiro se mo permite alterar para: Na relação laboral é necessário a existência de EMPRESÁRIOS e que as empresas têm que remunerar os seus proprietários.
O mal deste país é mesmo esse! Há muitos patrões e poucos empresários.
É óbvio que a luta pelos direitos e pela manutenção das empresas com saúde financeira não se faz apenas na rua. A rua só responde quando o tapete dos gabinetes não o faz. Alguns nunca saíram dos gabinetes, fazendo eles também parte do problema como acontece na Repsol.

Estação de Sines disse...

Hoje praticamente em toda a europa, os sindicatos são estruturas com uma abordagem diferente do mercado. A globalização e a deslocalização das empresas carece que os países sejam competitivos em várias vertentes. Já não é possível apelar ao proteccionismo do Estado Novo, os sindicatos têm que entender que é necessário criar condições atractivas para os investidores, algo diferente de permitir a exploração dos trabalhadores.
Em relação aos trabalhadores existe de tudo: os que trabalham à hora, sendo explorados, descontando sobre vencimentos mesiráveis, sem direito a gozar férias; assim, como existe quem só queira trabalhar à hora, ganhando o que lhe permite abandonar a empresa assim que apareça quem pague mais, e descontando o minímo possível. Em ambos os casos falta fiscalização, no primeiro temos os sindicatos no segundo falta os sindicatos.

Anónimo disse...

Já percebi!
Portugal é um país atrasado e isso deve-se aos Sindicatos que temos.
Os investidores não aparecem porque temos Sindicatos Inflexíveis.
Relativamente aos dois casos enunciados no comentário do "estação", ambos são precários que como somos condescendentes e não somos bufos deixamos que se ganhe alguns balurdios mesmo que isso não se traduza em Segurança, e aceitamos que se desconte pelo mínimo para a SS e IRS, é a moda do "xico esperto" que, quando está com baixa anda com uma mão atras e outra à frente.
Nos dois casos que referiu, quem é o grande "ganhador" quem é?
Será patrão ou empresário?
modernices!
Ãndo a pensar aqui com os meus botões: Porque será que somos atrasados? Seremos filhos de um Deus menor? Não pode ser, aqui também há ricos, porque será?