quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Comentário que virou entrada

(...) vamos ao tema principal que é, quem polui o quê e o que faz, para o minimizar e por fim quem os fiscaliza e obriga a cumprir as normas estabelecidas, e isto agora é para todo o blogue.
Quanto á EDP, é sem sombra de dúvidas a maior poluidora do concelho, pela quantidade de mega toneladas de carvão que queima por ano para produzir milhares de megawatts no mesmo período, aqueles que todos nós pagamos principescamente, tanto que dava para a EDP começar a pensar em mudar de combustível ou os órgãos competentes a obrigassem a isso, claro que sairia mais cara a produção mas seria muito menos a poluição. Porque não é só o CO2 e enxofre que saem pela chaminé, são também as cinzas que saem no fumo e que os tão aclamados filtros electrostáticos, apanham cerca de 80% na melhor das hipóteses, e são usadas nas cimenteiras mas ainda faltam equacionar os muitos milhares de toneladas de escória que se precipitam para o fundo da caldeira e que seguem para o aterro da central e mais não sei.
A GALP para além das mesmas emissões para a atmosfera embora numa escala mais reduzida, (não lança cinzas mas lança catalisador de FCC, venha o Diabo e escolha) também lá mandou construir o seu filtro electrostático para o "Inglês ver", porque ainda nem foi testado. Também queima as suas toneladitas de ASO carregadinho de ácido fluorídrico (aquele que amolece os ossos), mas como é incolor ao sair da fornalha, não prejudica nada. Lança a céu aberto para a ETAR da Ribeira dos Moinhos um efluente que dizem limpo, mas ainda hoje perco o sono a pensar porque é que morreram umas vacas que beberam no dito ribeiro, só me resta uma dedução: ERAM VACAS LOUCAS.
A REPSOL para além de mais do mesmo em relação à chaminé, ainda faz as suas grandes borradas nas flares com a regularidade impressionante de um óptimo relógio Suíço, e também usa o mesmo ribeiro que a GALP para enviar efluentes que dizem limpos para a tal ETAR, o que provoca aquele cheiro insuportável e constante pela zona da Barbuda, e que leva os forasteiros que por ali passam a pensar que o mesmo se deve á flatulência das rãs do ribeiro. A pergunta que fica é: onde estão os órgãos do governo que supervisionam o Ambiente, a QUERCUS e por fim para voltar ao princípio a CMS? Não devem andar por cá, ou andam nas nuvens (vá-se lá saber porquê).
Quanto à CMS reconheço-lhe pouca ou nenhuma autoridade para fazer os poluidores cumprirem a lei, porque ela própria cobra a seu bel-prazer aos munícipes uma taxa de Saneamento (verdadeiramente escandalosa), e depois lança também a céu aberto nas Pedras Amarelas todos os dejectos de quem já lhes pagou o tratamento dos mesmos e que acabam por cair no mar, entrando novamente na cadeia alimentar. Mas isto é RECICLAGEM.Não acreditam? Então vão às Pedras Amarelas e vejam, mas cuidado não façam chama na boca do colector, porque aí o gás metano exalado explode e vocês para além de queimados ficam todos borrados, em tal estado que não há quem vos acuda e acabam por morrer na praia que é o destino que resta a todos os Sineenses que usam a cabeça para o que ela serve, PARA PENSAR.(...)
Incógnito Pereira
Nota do administrador do blogue: trancrevi este comentário da entrada "Visto de outro ângulo", porque revela elementos interessante de quem manifestamente conhece mais do assunto que o comum dos mortais, e como nem todos os visitantes lêem os comentários, este tranformou-se em post.

15 comentários:

Anónimo disse...

Parece-me que começamos, F I N A L M E N T E a colocar os dedos nas feridas de muitos e não apenas de alguns.
Há de facto uma frase que aprendi aqui por estas bandas do Alentejo que adoptei como região preferencial para viver e trabalhar:
"*** no cu dos outros, p'ra mim é refresco"
É de facto o que se tem passado não apenas neste forum de discussão sobre a poluição.
Os "archeiros" apontados para o mesmo sítio.
Tal como alguém já disse, esta discussão já tem o mérito de passar para cima um tema que não pode nunca ser esquecido e todos temos que tomar atenção, eu disse TODOS e não apenas à escala de Sines.
Não me cabe tecer comentários se quem polui mais nesta feira de efluentes gasosos, líquidos e sólidos, se bem que alguns, deixaram de ser resíduos para passarem a ser subprodutos porque adquiriram valor económico. Aqui, tanto falo das cinzas e do gesso da EDP, como falo do autogás (vulgo GPL) e outros produtos até ha tempos expelidos pelas flaires e que hoje são subprodutos altamente rentáveis.
Mas a minha questão de fundo é óbvio que já foi entendida por todos (embora a algum custo).
Poluidoras são TODAS as empresas que têm grandes instalações de combustão. Não há volta a dar (se calhar há mas não queremos ou não sabemos e nem sequer falo do nuclear que acho muito interessante).
Insurgi-me sempre contra a forma de falar nas coisas superficialmente com palas nos olhos, Como já disse o anonomo Pereira, mete o dedo na ferida. Isté é que devemos, no meu entender, discutir. Valeria a pena, digo eu pensar, criando uma fronteira apenas entre a Refinaria e a Central Eléctrica, fazendo o estudo de um balanço energético mas também um balanço mássico, que analizasse as quantidades de massa envolvida para produzir a quantidade de energia, retirando e medindo no final de cada processo, em cada consumidor, a quantidade de massa poluidora.
A Central EDP produz pouco mais de 20% da energia necesságia para o abastecimento nacional de electricidade-GRANDE POLUIDOR concentrado em Sines; A refinaria GALP, tem capacidade para abastecer o país em combustíveis próximo dos 70%-Menos poluidor que a EDP mas que coloca os seus produtos para serem queimados, na sua ESMAGADORA MAIORIA fora de Sines.
Nestes pressupostos, e ainda sem fazer contas, há uma distribuição das emissões pelo teritório nacional que somadas não serão de minimizar. Como nota curiosa temos a cidade do país mais poluida que é Lisboa e não me consta que tenha alguma central eléctrica ou refinaria.
Agora imaginemos que, se não fosse o "Lobi" dos combustíveis à escala mundial, o automóvel eléctrico estava bem mais desenvolvido e 50% de nós, já utilizavamos estes meios de transporte. A energia eléctrica para os carregar teria que ser produzida em centrais ainda maiores ou em mais centrais eléctricas e, a energia química produzida nas refinarias diminuiria a sua produção, nada contra antes pelo contrário.
Se fizermos contas e se formos sérios nas análises que fazemos, talvez as certezas que em determinada altura possamos ter se desvaneçam. No entanto mantenho que o ambiente é global, aceitando perfeitamente que ninguém queira ter à sua porta um grande poluidor.
Talvez um dia tenha algum tempo para fazer aquelas contas que não são muito complicadas.
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"epá! isto não é os Lusíadas parte II mas mais se parece com o crime do padre amaro" rsrsrsrsr! Desculpem o meu alongamento mas dizer exactamente o que se quer sem nos levar a outras interpretações não é facil...disse!
2 da manhã quase!

Anónimo disse...

Com tantos termos técnicos, argumentos, dúvidas, incertezas, etc, é caso para dizer " aputa sou eu". Para o ano não se assa sardinha para não haver combustão e não pului o ambiente.

Anónimo disse...

Todos os contributos são importantes para reflectirmos sobre a nossa terra e o meio ambiente em que vivemos e criamos os nossos filhos. Li com bastante atenção e fico ainda mais proecupada do que já estava porque de facto a informação sobre esta problemática é muito escassa e nem sempre é acessível ao comum dos cidadãos. O Estação tem o condão de não fugir das discussões por muito que os temas sejam incómodos, e esse mérito ninguém lho tira. Vou continuar atenta porque há aqui muita informação interessante para quem vive em Sines.

Anónimo disse...

A questão, ao ontrário do que se afirma não é nova e tm sido debatida que me lembre desde o início do Complexo Industrial. Primeira premissa: a produção é a base material do desenvolvimento das nossas sociedades.
2ª premissa: o consumo surge do desenvolvimento dos meios de produção e progresso social que permitiram aos trabalhadorres adquirirem produtos secundários à sua alimentação com o seu salário.
3ª premissa: o consumismo/capitalismo inverteu a relação de produção e consumo, ou seja, o homem consome para produzir e não o contrário. Esta inversão torna o Homem escravo do consumo, assim, o acto de consumir deixa de ser um acto emancipatório mas o contrário, actua como um jugo.
4ª premissa: O capital via crédito, utiliza o consumo como um colete de forças sobre o trabalho.
5ª premissa: o consumismo apenas beneficia o capital e nunca o trabalho.
6ª premissa: o homem moderno apenas existe no e para o consumo. Digamos que há uma equalização diferencial no consumo que ao mesmo tempo nos torna iguais mas que queremos ser diferente.
Corolário: apenas teremos uma sociedade mais livre e ambientalmente mais equilibrada quando acabarmos com o consumismo, logo o desperdício.

Anónimo disse...

mto teórico

Anónimo disse...

Ah, amigo Brás, eu ainda não acredito.
Atão vossemecê, teve o passarinho na mão e deixou-o fugir.
Sim, sim estou a falar do Pereira. Atão o homem chegou aqui despretensioso, contou com uma clareza que até arrepia os cabelos, uma mão cheia de sabujices, indicou-lhe uma mão cheia de lugares para comprovar e fotografar e pelo que li com muita atenção pareceu-me um saber de experiência feito, e vossemecê deixou-o abalar sem o convidar para jantar, acabou de perder a possibilidade de subir ao trono da CMS nas próximas Autárquicas.
Pelo que li com muita atenção, e moí a moca até perceber, o Forasteiro e o outro ao qual o Pereira aconselhou a comprar um TFT, são a mesmíssima pessoa, a tal besta da EDP que tal como os restantes da mesma Empresa, desde que cá chegaram tratam os Sineenses como indígenas, e os empreiteiros que para eles trabalham como escravos, garanto-lho eu que já passei por lá.
E para terminar amigo Brás, juro-lhe que não sou empregado da CMS, se é que me faço entender.
Abençoadas as mães, que dão filhos daqueles a Sines.

Anónimo disse...

Olá Indígena...Tens os olhos tão rasgados para aferires e comparar pessoas que estou a ver-te como um vietcong a fuçar na lama no cultivo do arroz. Esquece o que eu disse porque não vale a pena moeres mais a moca porque me pareceu muito oca. Com essas ideias rasteiras, hás-de andar a servir nos empreiteiros da edp, nos da refinaria, na compelmada e até a adjunto de limpeza da cms. A tua moca não dá p'ra mais, paciência

Anónimo disse...

Como é recorrente neste Blog, uma atitude hostil a tudo o que é EDP, sejam os trabalhadores seja a empresa em si, sugeria ao Administrador, que criasse um post, onde fosse possivel a estas almas descarregarem de uma vez tudo o que de negativo a empresa, e quem lá trabalha, trouxe a Sines.
Em relação ao incognito Pereira, penso que a resposta que lhe era devida, perdeu-se no tempo (isto em relação ao post sobre a poluição). No entanto vou deixar-lhe duas questões:
Medo de quê?
Medo deveria ter eu por ser trabalhador daquela central, e quer ela, quer os que lá trabalham serem um dos alvos previligiados, e visados com os comentarios mais acintosos que se escrevem neste blog. (Porque será?)
Depois, aconselhava-o a actualizar os seus conhecimentos sobre a central. Está deveras desactualizado!
Por ultimo, já tenho um TFT, não o comprei na worten, comprei-o em Sines, que á muito passou a ser a minha terra. (com esta é melhor fugir pois acho que abri a porta aos ...) E não me conseguiu ofender com a sua resposta, até me ri. A mim só me ofende quem eu quero, o que não é o seu caso.
Volte sempre, pois mesmo tendo visões diferentes, e mesmo sendo eu um trabalhador da central, acredito que seremos suficientemente civilizados, para trocar-mos os nossos pontos de vista, mesmo que por vezes o façamos de uma forma mais agressiva. (em muitos dos "cordeiros" que por aqui andam eu já não me fiava tanto).

Estação de Sines disse...

Este Blog poderá ter uma atitude hostil com quem entender, assumindo essa responsabilidade. Não é de todo o caso com a EDP, a existir atitudes hostis como refere, corresponderão a comentários publicados neste blog, que como já reparou, prima pela liberdade de "publicação" desde que não atente os direitos legais dos visados.

Anónimo disse...

o"dono" da estação até andou a estagiar(?) na central...
Acabamos com a industria em Sines e vamos todos "andar ao mar" !
Na central os trabalhadores dos empreiteiros são tratados como escravos? Que mentes poluidas!

Estação de Sines disse...

Fiz um estágio curricular, na central termoeléctrica de Sines - então CPPE - onde para além da formação técnica proporcionada, fiz bons amigos que mantenho. Fui muito bem acolhido e tratado durante a minha passagem pela Central, da qual me orgulho e ficarei sempre agradecido pela oportunidade.
Agora, não vejo qual a importância do meu estágio para esta discussão, ou de que forma é pode influenciar a minha opinião.
Alguns comentários têm confundido os comentários com as entradas (essas sim da minha responsabilidade).
Aproveito para esclarecer que não distingo grandes de pequenos poluidores, mas poluidores de não poluidores. Em relação ao caso concreto da Central Termoeléctrica de Sines - que também se aplica a outras unidades industriais de Sines - o que mais critico é que depois de uma quantidade de anos a apregoar os baixos índices de poluição, vem agora anunciar investimentos astronómicos para controle de elevados indices de poluição. Afinal no que ficamos?

Anónimo disse...

Alguns comentários têm confundido os comentários com as entradas (essas sim da minha responsabilidade).
Aproveito para esclarecer que não distingo GRANDES DE PEQUENOS POLUIDORES, MAS POLUIDORES DE NÃO POLUIDORES.
É isso mesmo Senhor Bráz, faça-os PENSAR.

Anónimo disse...

Só te digo que estás enganado em relação ao cheiro na Barbuda que tu pensas que é da repsol, não é , é de outra fábrica mais a sul percebes-te? Mas de qq das maneiras a repsol não é nenhuma Santa , mas é capaz de ser das melhores e a que menos polui.

Anónimo disse...

"Estação de Sines disse...
Este Blog poderá ter uma atitude hostil com quem entender, assumindo essa responsabilidade. Não é de todo o caso com a EDP"

ISTO NÃO É VERDADE, DE TODO!
Se nos reportarmos ums semanas atrás vendo e lendo os textos desapaixonadamente, há de facto uma atitude hostil contra a EDP. Mas isto não é novo e nem sequer se pode considerar muito estranho.
Este ultimo comentário é esclarecedor e só não vê quem não quer...
Reforçando o facto da Central ser um grande poluidor, que o é sem dúvida nenhuma, o que me espanta é que só depois destas discussões todas é que alguns e até o ESTAÇÃO, começaram a fazer considerações ténues sobre a poluição oriunda da refinaria e da Repsol. Da carbogal nem falaram...
Isto denota aulguma falta de independência ou se não o for, há outras coisas que nem quero sequer levantar.
Por este facto, já valeu a pena ter sido levantado o problema da poluição que é transversal a todas as empresas e não apenas à EDP. Como disse há tempos, meter palas para só poder ver num sentido é incorrecto.
É que eu já fiz contas e posso garantir-vos com dados quem é o maior poluidor...

Anónimo disse...

Bolas até que enfim, começam a aparecer dados.
Vamos a isso Forasteiro, põe-nos na mesa.