terça-feira, 20 de maio de 2008

Birmânia

O olhar esgazeado, os rostos desesperados e as pernas trôpegas convocando as forças que restam, atrás da comida jogada de camiões, releva tudo o que se passa na Birmânia e toca-nos fundo na alma. Ver aquelas mãos estendidas gesticulando no ar suplicando a sobrevivência, revolta. Adivinhar que para além da própria sobrevivência os desesperados corredores pensam nos filhos, pais, velhos que ficaram para trás, angustia.

Enoja-me a Junta militar que desgoverna aquela pobre gente, indiferente à sua miséria, quase da mesma forma que me enoja a falsa pobreza, porque tantas vezes nos afasta da solidariedade que necessitam os verdadeiros pobres.

Sem comentários: