
Depois temos a nossa atitude perante a vida, quando questionados sobre como estamos, nunca mas nunca estamos bem, vamos andando ou "cá vamos mais ou menos", as férias épocas festivas, fins-de-semana nunca foram bom ou maus, passaram-se.
Nunca fazemos merda, apenas um risquinho na viatura, um pequeno erro, uma coisa de nada, um pequeno lapso, um esquecimento.
Este Portugal dos pequeninos, hipócrita, medíocre e cinzento, ganha outras dimensões quando no círculo de amigos, à mesa do café do bairro ou na mesa do restaurante. Aí ganhamos estatuto de hérois, extravasamos coragem, traçamos projectos arrojados. O carrinho agiganta-se, a casinha transforma-se numa vivenda, o fim de semana foi fabuloso, as férias magníficas, o chefe vai ouvi-las. Os erros, falhas ou insucessos esses ganham vida: os nossos continuam pequenos, no limite assumimos porque tivemos azar, os dos outros, ganham uma dimensão e dramatismo digno de castigo exemplar, não que nós não tivéssemos previsto e avisado.
A mediocridade alheia confere à mediania foros de brilhantismo, é a nossa capacidade de nivelar por baixo, preferimos ser reis numa barraca do que príncipes num palácio. Somos, ou como muitos dizem, "semos" Portugueses.
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