sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Alguém nos acuda

Os trabalhadores da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Sines, em greve há 24 dias, temem que os detritos comecem em breve a "correr para o mar", revelou hoje à Lusa um representante sindical.

Segundo Daniel Silvério, representante local do Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás (Sinquifa), a capacidade de armazenamento dos resíduos tratados na estação está perto de atingir o limite.
"A ETAR tem capacidade para aguentar mais uma ou duas semanas, mas também depende das condições meteorológicas, porque, se começar a chover, o caudal de água pode encher o armazenamento e começar a correr para o mar", alertou.

"Ainda não conseguimos chegar a um acordo com a empresa que explora a ETAR (Sisáqua) e, enquanto isso não acontecer, vamos continuar em greve", afiançou Daniel Silvério à Lusa.
Apontando o dedo à empresa por "se recusar a negociar", o Sinquifa garante no entanto que os trabalhadores "estão a fazer tudo para minimizar os impactes ambientais e realizam rondas frequentes às instalações".


A Águas de Santo André (AdSA), proprietária da ETAR, já se mostrou preocupada com o "não cumprimento" dos serviços mínimos decretados pelos ministros do Trabalho e da Solidariedade Social e do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.
A AdSA alertou que, a manter-se a situação, a empresa "fica impedida de assegurar o cumprimento do normativo de descarga de águas residuais e consequentemente da salvaguarda do bem-estar da população, da preservação da saúde pública, da qualidade das águas balneares e dos valores ambientais da envolvente ao sistema de água residual".
A empresa do grupo da Águas de Portugal (AdP) adiantou ainda que o incumprimento destas obrigações "poderá implicar a rescisão do contrato de prestação de serviços com o consórcio".
A ETAR da Ribeira de Moinhos assegura a recolha, tratamento e rejeição de efluentes provenientes da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) e das águas residuais urbanas de Vila Nova de Santo André e de parte da cidade de Sines.
Agência Lusa

3 comentários:

Anónimo disse...

Infelismente estão todos a dormir, apraz saber que estes trabalhadores, não estão só a defender a sua melhoria salarial, mas tambem as condisões de Saúde Higiene a Segurança, e o mais Importante o MEIO AMBIENTE.
Como residente da area de Sines, vou ajudar estes homens que com muita coragem e determinação lutam para que todos nós possamos viver num ambiente mais digno, VAMOS JUNTARNOS A ELES.
José Francisco

Anónimo disse...

sabias q aquando dos estudos de impacto ambiental do emissário foi executado um "bypass" para o mar ...
é que podia ser dectetado qq coisa... assim tinha-se a certeza q não.

não corras muito

abraço

Estação de Sines disse...

Foi executado temporariamente, ou permanece. sabes andamos todos preocupados com o fumo e o cheiro e esquecemo-nos que a poluição pode ser incolor e inodora. Já ouvi testemunho de verdadeiros atentados ambientais no complexo industrial, muitas das vezes provocados por funcionário sem formação ou por maldade (como óleos industrias jogados nas condutas de águas pluviais. É um tipo de poluição que nunca chega ao público.