Balcão Central, 1.ª Fila (I)
Autárquicas 2005
Inicio hoje um conjunto de crónicas de análise politica local. Estas reflectirão a imparcialidade de quem se demitiu de toda a actividade partidária e de qualquer candidatura e o rigor de quem conhece a realidade da política local. O objectivo nunca será de influenciar, mas tão-somente contribuir para a reflexão dos leitores.
Pré-campanha
Comecemos pela pré-campanha que mais não é do que um argumento falacioso de fazer campanha fora do período previsto. A CDU, gozando do estatuto de quem está no poder, dá-se ao luxo de publicitar o trabalho feito, confundindo-se o trabalho da Câmara com a campanha da CDU. Duas verdades inquestionáveis: a) todas as câmaras utilizam este expediente, o que não torna correcta a atitude; b) mais importante que ajuizar eticamente a atitude é avaliar o conteúdo (são estas as obras necessárias e prometidas?). Em suma quanto mais informação estiver ao nosso dispor, mais válida será a nossa escolha. O PS respondeu, colocando flyers, questionando "quem paga esta publicidade?", atitude inteligente e engraçada. Marca assim a posição do que se prevê vir a ser a sua campanha - irreverente e agressiva, directa ao coração dos mais descontentes e inconformados (olá, bloquistas). Contudo ao elevar o tom da campanha, sujeita-se ao efeito boomerang: se os outdoors são pagos pela autarquia, perguntarão os eleitores: e quem paga os do PS?
Regista-se a atitude do PSD, quer seja por inércia ou incapacidade quer seja por opção foi nesta fase o primeiro vencedor, passando ao lado duma guerrilha que não aprova a ninguém, nem contribui para as questões centrais a que a campanha deve responder.
Candidatos
A cinco meses das eleições autárquicas, salvaguardando-se alguma surpresa, como candidaturas independentes utilizando siglas de pequenos partidos, ou o Bloco de Esquerda corajosa e inteligentemente apresentar uma candidatura para fidelizar um eleitorado com cada vez maior expressão, já são conhecidos os candidatos.
A CDU aposta na continuidade, sendo certo que a renovação se fará através da equipa que acompanhar o candidato. Escolha óbvia - em candidato que ganha não se mexe. Apesar de algum desgaste, é o melhor candidato possível para a CDU, pois, até por via do seu excesso de protagonismo, não deixou espaço a veleidades, nem se lhe conhecem delfins.
O PS deixando cair o anterior candidato e opta, na condição de única alternativa possível ao poder, apresentar um candidato pouco conhecido da população (nada que uma boa campanha não resolva), detentor de vasta experiência autárquica, fora de portas é certo. Lufada de ar fresco ?, a seu tempo veremos. Será curioso ver se a sua equipa fará a ligação ao PS que conhecemos ou pelo contrário assistiremos a uma renovação. O PSD correndo por fora, recuperou uma velha glória, com o objectivo de manter o pequeno mas fiel eleitorado, e devido à simpatia e notoriedade do candidato ir pescar em águas alheias. Contudo considerando o descontentamento generalizado com o Governo Sócrates, se traduzirá em Sines na transferência de parte do eleitorado flutuante do PS para a CDU, não deve o PSD sonhar com grandes voos, nas próximas autárquicas.
“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 18 de Junho de 2005.”
Autárquicas 2005
Inicio hoje um conjunto de crónicas de análise politica local. Estas reflectirão a imparcialidade de quem se demitiu de toda a actividade partidária e de qualquer candidatura e o rigor de quem conhece a realidade da política local. O objectivo nunca será de influenciar, mas tão-somente contribuir para a reflexão dos leitores.
Pré-campanha
Comecemos pela pré-campanha que mais não é do que um argumento falacioso de fazer campanha fora do período previsto. A CDU, gozando do estatuto de quem está no poder, dá-se ao luxo de publicitar o trabalho feito, confundindo-se o trabalho da Câmara com a campanha da CDU. Duas verdades inquestionáveis: a) todas as câmaras utilizam este expediente, o que não torna correcta a atitude; b) mais importante que ajuizar eticamente a atitude é avaliar o conteúdo (são estas as obras necessárias e prometidas?). Em suma quanto mais informação estiver ao nosso dispor, mais válida será a nossa escolha. O PS respondeu, colocando flyers, questionando "quem paga esta publicidade?", atitude inteligente e engraçada. Marca assim a posição do que se prevê vir a ser a sua campanha - irreverente e agressiva, directa ao coração dos mais descontentes e inconformados (olá, bloquistas). Contudo ao elevar o tom da campanha, sujeita-se ao efeito boomerang: se os outdoors são pagos pela autarquia, perguntarão os eleitores: e quem paga os do PS?
Regista-se a atitude do PSD, quer seja por inércia ou incapacidade quer seja por opção foi nesta fase o primeiro vencedor, passando ao lado duma guerrilha que não aprova a ninguém, nem contribui para as questões centrais a que a campanha deve responder.
Candidatos
A cinco meses das eleições autárquicas, salvaguardando-se alguma surpresa, como candidaturas independentes utilizando siglas de pequenos partidos, ou o Bloco de Esquerda corajosa e inteligentemente apresentar uma candidatura para fidelizar um eleitorado com cada vez maior expressão, já são conhecidos os candidatos.
A CDU aposta na continuidade, sendo certo que a renovação se fará através da equipa que acompanhar o candidato. Escolha óbvia - em candidato que ganha não se mexe. Apesar de algum desgaste, é o melhor candidato possível para a CDU, pois, até por via do seu excesso de protagonismo, não deixou espaço a veleidades, nem se lhe conhecem delfins.
O PS deixando cair o anterior candidato e opta, na condição de única alternativa possível ao poder, apresentar um candidato pouco conhecido da população (nada que uma boa campanha não resolva), detentor de vasta experiência autárquica, fora de portas é certo. Lufada de ar fresco ?, a seu tempo veremos. Será curioso ver se a sua equipa fará a ligação ao PS que conhecemos ou pelo contrário assistiremos a uma renovação. O PSD correndo por fora, recuperou uma velha glória, com o objectivo de manter o pequeno mas fiel eleitorado, e devido à simpatia e notoriedade do candidato ir pescar em águas alheias. Contudo considerando o descontentamento generalizado com o Governo Sócrates, se traduzirá em Sines na transferência de parte do eleitorado flutuante do PS para a CDU, não deve o PSD sonhar com grandes voos, nas próximas autárquicas.
“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 18 de Junho de 2005.”
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