sábado, 5 de janeiro de 2008

Balcão Central, 1.ª Fila (II)

Apresentação dos candidatos
Louvável o apoio da Direcção Nacional a uma concelhia do PSD com pouca expressão eleitoral, que teve o ensejo de trazer ao burgo, Marques Mendes, presidente nacional do partido, para a apresentação do candidato. Ao que apesar de tudo correspondeu baixa mobilização, como era de resto esperado.
A CDU constitui a desilusão neste aspecto. Para os muitos convites distribuídos, correspondeu uma baixa adesão, para ouvir um candidato que se posiciona como vencedor antecipado coadjuvado por Francisco Pacheco para a Assembleia Municipal, para que não restem dúvidas na coesão partidária. Ficou por comprovar a mítica mobilização comunista.
O PS foi de longe a mais conseguida das apre­sentações, que se transformou numa verdadeira festa, noite dentro. Apesar de entradas pagas, reuniu um número considerável de militantes e simpatizantes onde se destacava Paulo Pedroso, entre outros deputados e dirigentes socialistas.

Campanha
O PS parece seguir a tradicional cartilha das campanhas autárquicas: apresentação do candidato, depois da equipa e por fim do programa eleitoral.
Assim, surge com um primeiro outdoor, apostado em elevar a notoriedade do candidato. A indefinição de cores, o rosto do candidato demasiado abrangente e muito iluminado e um slogan banalíssimo, fazem com que a mensagem não "mexa" com os sentidos. De quem pretende mudança espera-se arrojo, inovação e assunção de riscos, nada do que esta iniciativa indicia. Julgo que o reconhecimento deste erro, terá levado o PS a emendar a mão, mudando os outdoors, agora, com textos denunciando promessas não cumpridas por parte da CDU e identificando a fonte para credibilizar a denúncia. Depois da desilusão o PS eleva, novamente, a expectativa sobre a sua campanha e a resposta do seu adversário directo. O 2a jornal de campanha, incisivo e objectivo, comprova que o PS é sem dúvida o partido com mais "vontade" de campanha.
A CDU, tal como noutras ocasiões, lançará a sua campanha mais tarde. A situação de partido no poder confere-lhe a possibilidade de que, para o bem e para o mal, as suas obras e iniciativas, falem por si. Parece óbvio, que nesta primeira fase de campanha, vamos ter a CDU a falar da obra feita, e os adversários a falar da obra que falta.
Ou muito me engano, ou este mês de Julho anuncia-se morno em termos de política local. Iremos conhecer os candidatos a vereadores, e restantes órgãos autárquicos, remetendo os partidos para Setembro a divulgação dos seus programas eleitorais. O candidato da CDU, na qualidade de presidente da CMS, apresentará o FMM, o Festival de Gastronomia, efectuará a inauguração do Centro de Artes, das Piscinas Municipais e do CDH e o PS inteligentemente deverá entrar em época de defeso, pois não vislumbro possibilidade de beliscar um Julho de ouro para a CDU.
Quanto ao PSD, com a demissão conjunta da sua concelhia, atravessa um momento interno conturbado, que sinceramente não parece que para além do aspecto logístico da campanha, possa afectar a imagem do candidato, nem reduzir o seu eleitorado.
É cada vez mais evidente que nestas eleições iremos ter um partido que apela à razão e outro ao coração, e depois o PSD.


“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 2 de Julho de 2005.”

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