quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A tragédia são os outros

Os autarcas de Sines e Odemira afirmaram-se hoje "preocupados" com seis arribas em risco de derrocada naquela zona do Litoral Alentejano, preparando intervenções para esses locais, como a colocação de barreiras e sinalização.

De acordo com o mais recente levantamento do Ministério do Ambiente, são seis as zonas de risco do Litoral do Alentejo: faixa entre as praias do Salto e da Ilha (com destaque para Porto Covo e praia do Burrinho), no Concelho de Sines; praia do Malhão, zona norte da Praia de Almograve, área entre Almograve e Lapa de Pombas, praia da Zambujeira do Mar, praia do Carvalhal e Azenha do Mar (Odemira).

Mostrando-se "atentos e preocupados com a segurança dos cidadãos" perante o diagnóstico divulgado, os representantes dos dois concelhos deram conta da parceria dos seus Municípios com a Administração da Região Hidrográfica do Alentejo e o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina para realizar algumas intervenções nas zonas assinaladas.

O presidente do Município de Sines, Manuel Coelho, demonstrou igualmente a sua "preocupação" relativa a várias zonas de arribas do Concelho, além da faixa de risco identificada pela Administrações da Região Hidrográfica. "Pode haver um pequeno sismo ou uma fissura de água que provoque algum desmoronamento", receia ele.

Público

Existem características que são comuns há maioria dos portugueses. Desde logo somos exigentes com os outros e negligentes com as nossas responsabilidades. Muito raramente somos proactivos e adoptamos atitudes de prevenção, antes esperamos que suceda a tragédia e depois carpimos o fado ou, remetendo para a primeira característica, culpamos alguém.

Foi necessário mais uma tragédia à portuguesa, para os organismos governamentais e as autarquias virem apresentar preocupações e soluções. Este processo em época eleitoral é normalmente muito mais acelerado.

De caminho, o Presidente da Câmara Municipal de Sines podia aproveitar para solucionar os perigos de derrocada da falésia (barroca) da Avenida Vasco da Gama e porque não resolver o problema da derrocada ocorrida em 2005 e que Manuel Coelho prometeu (ler aqui) ficar resolvido no final do mesmo ano e cuja falésia continua contida por uns taipais de madeira, na descida para a praia.

Mas culpar quem?, e resolver com que fundo governamental? Pois é, temos problemas sem culpado, sem dinheiro, logo sem solução, que não aguardar por uma tragédia.

1 comentário:

Anónimo disse...

e porque não culpar o dono desse terreno ...