Ao longo da minha vida sempre estive próximo de crianças, primeiro com um irmão mais novo, depois pela profissão da minha mãe, hoje pelo meu filho e pela actividade voluntária que desenvolvo numa Instituição Particular de Solidariedade Social, cuja principal valência é um infantário, com cerca 180 crianças.
Na minha relação com estes seres sublimes a principal sensação que sempre me dominou é a sua imensa fragilidade, donde saio normalmente a perder na dualidade - necessária preparação para o mundo/ protecção do mundo, deixando-me manipular amiúde.
Mas estas são as crianças que conhecemos e amamos, o que implica necessariamente serem amadas, e hoje os meus pensamentos não vão para elas, pois esses vão todos os dias.





Hoje pretendo lembrar as crianças que não tem tempo para sê-lo, que não conhecem as nintendos, psp's, wii, as actividades extracurriculares, os passeios de bicicleta com os pais, os passeios ao jardim zoológico, as idas à praia, à Disneyworld, os ténis e a roupa de marca.
Falo de crianças-adultos, crianças-soldado, prostituição infantil, feitas no ódio e perversões dos adultos, usadas, violadas, maltratadas, torturadas, escravizadas e vendidas em mundos que o amor não tem vagar de viver.






Hoje lembro as crianças vitimas do mundo, que não tiveram tempo de perceber, indefesas, vulneráveis, alvos fáceis de ódios adultos.



