Autárquicas 2009

Em Sines, as eleições conseguem-se prever animadas. Em todos os partidos e grupos independentes, há importantes questões a discutir e decisões para tomar. Se da CDU e do grupo dissidente do Dr. Manuel Coelho, apenas podemos esperar mais do mesmo, resta-nos a nós, insatisfeitos com a Governação amorfa, caracterizada pela inércia das últimas décadas, esperar que partidos como o PS, o BE e o PSD se apresentem fortes e empenhados na discussão dos problemas.
Se no BE, tudo indica que o candidato será o Eng. Guinote, já no PSD e no PS tudo ainda está por definir. Muito embora o PSD e o BE representem partidos de nível nacional, em Sines apenas um partido poderá retirar o poder a comunistas e seus dissidentes e este partido é o PS, uma vez que não se avizinham candidaturas independentes mais ao centro.
Se a nível nacional o PS tem uma máquina partidária bem oleada, já a nível local, este caracteriza-se por uma enorme falta de iniciativa, fruto de inimizades e silêncios mantidos aquando da definição do candidato às autárquicas, o que acabou por sempre por provocar discussões internas e até mesmo inimizades pessoais. Esta desunião, numa terra pequena como Sines é altamente prejudicial para quem quer ganhar eleições, pois transmite uma tremenda falta de capacidade em unir as pessoas em torno de uma causa, ainda por cima quando se trata de uma causa nobre como a de retirar do poder pessoas com limitações óbvias.
Talvez por isso, esta candidatura do Hélder Machado, representa desde já uma nova versão do PS em Sines, visto que no passado, os candidatos se assumiam em segredo e apenas avançavam quando tinham a certeza que iriam ter o apoio negociado da maioria dos membros, seguindo à risca os ensinamentos de "A Arte da Guerra", anulando o risco de uma candidatura pública, mas exteriorizando pouca clareza e separando aquilo que deveria ser um grupo de pessoas unido e coeso, fruto das traições que os silêncios por vezes provocam.
Tudo está ainda em aberto no PS Sines, até mesmo a loucura de que se fala, de adoptarem por ordem dos Deuses do Rato, aquele que sempre criticaram, o que a meu ver retiraria toda a credibilidade do PS, mas acredito que o bom senso impere e que isso não aconteça. O que espero que aconteça é que a coragem de um homem humilde despolete uma discussão interna saudável e enriquecedora, capaz de no final extrair um líder capaz de unir todos aqueles que durante anos lutaram contra o nauseabundo poder instalado e que a pouco e pouco, por um motivo ou por outro, se foram afastando dessa nobre luta e se isso acontecer, teremos uma candidatura com todas as condições para vencer as eleições autárquicas e virar uma nova página da história ainda por escrever do Concelho de Sines.
Correndo o risco de me associar ao PS, que tanto critico a nível nacional, julgo que se a nível nacional, do meu ponto de vista, o voto em branco é útil e sensato, já a nível local e em Sines em particular, o voto útil para quem está insatisfeito, será sempre no partido ou grupo que tenha mais possibilidade de vencer comunistas e dissidentes, porque para mim pior é impossível e porque como em tudo, evolução e mudança são duas palavras que muitas vezes andam de mãos dadas.