terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Indicadores e Rácios, esse Mistério

Para entender os indicadores e rácios, que os políticos tantas vezes tomam emprestados da economia, prostituindo-os a seu bel-prazer, devemos que conhecer os dados que lhe dão origem. Ainda há poucos anos uma multinacional apontava o aumento da produtividade como o grande feito do ano. Por trás deste indicador, que resulta da produção obtida e dos factores produtivos nela utilizados num determinado período de tempo, estavam despedimentos em massa e não um aumento da produção. Efectivamente, houve uma melhoria do rácio da produtividade, mas com um elevado custo social.
Da mesma forma o facto de Sines ser o segundo concelho do País com maior recolha de impostos resultante de derramas (imposto autárquico que constitui um adicional à colecta de IRC) per capita, encerra algumas questões:
Temos muitas empresas no Concelho, ou por outro lado temos poucos habitantes, resultante da perda de atractividade de Sines enquanto destino habitacional?
Somos um Concelho com um tecido empresarial forte constituído por pequenas e médias empresas geradoras de trabalho e riqueza de forma sustentada ou concentramos um reduzido número de grandes empresas?
Comparativamente com outros concelhos geram as empresas do nosso concelho mais lucro ou pagam mais imposto, uma vez que a autarquia cobra a taxa máxima permitida? Sendo o 2o Concelho do País cuja autarquia recebe mais derrama por habitante, tratando de um concelho geograficamente muito pequeno regular vendedor de património, apesar de investimentos avultados nos últimos anos, não deveríamos ter uma autarquia que não condiciona os investimentos necessário devido à falta de verbas?
Fora eu da oposição e juro que cruzaria os recebimentos e o endividamento per capita e inventaria um indicador, comum nome adequado, que demonstre de forma eloquente, como só os políticos sabem, que Sines tem a pior relação recebimentos/endividamento do País se não tivesse, inventaria outro indicador qualquer.

No devido lugar
Oiço na rádio a mais improvável notícias: A oposição do Presidente Câmara Municipal de Sines originou a deslocalização das instalações da Galp Power para o lugar que os instrumentos de gestão territorial definiram. Vergar um governo socialista, rendido aos PIN's cuja imagem de marca é cada vez mais a inflexibilidade, é obra, digo eu.
A notícia seguinte falava de um fiscal de linha que no estádio da Luz teimou em dizer o que viu, independentemente da vontade das restantes 30, 40 mil pessoas presentes. Em ambos os casos a rádio omitiu o nome destes Davides lutando contra Golias. Pouco importa, pessoas destas só podem ter um nome - Coragem.

“Texto publicado no semanário Noticias de Sines, em 26 de Outubro de 2007.”

1 comentário:

Anónimo disse...

Está mt bom o blog.