quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A Avenida que nunca dorme



Ainda os jovens retardatários fumam o último cigarro e já chegam os primeiros pescadores de olhos postos no mar e a esperança de uma boa faina. Quando os últimos partem de barco, já os primeiros estão em casa, a Lota inicia mais um dia e os desportistas começam a calcorrear a calçada, derramando calorias. Chega a hora de almoço, encostam os carros ao estacionamento, onde os seus ocupantes procuram escassos momentos de descontracção, a servir de preparo para mais uma tarde de trabalho. Sobem para a cidade os pescadores, e não tardam os carrinhos de bebé, os pais babados, os namorados de mão dada com juras de amor eterno, os ciclistas, os corredores, os amantes de sol que na praia fingem um final de tarde de Verão. Antes de desaparecer totalmente no horizonte o Sol ainda testemunha as primeiras canas de pesca que se erguem na Praia, enquanto os desportistas continuam no vaivém incansável, começam a chegar os jovens de carro, rádios altos, partilham uma ganza para a noite que se adivinha. Pouco falta para os pescadores descerem da cidade, com os olhos ensonados postos no mar, cheios de esperança. Lá em cima da sua estátua Vasco da Gama, que emprestou o seu nome à Praia e Avenida, assiste a este corropio como eterno vigilante.
Como se fosse necessário o Carnaval de Sines e o Festival de Gastronomia demontraram a urgência de resgatar a Avenida Vasco da Gama e devolvê-la à Cidade, como local de lazer e ponto de encontro, reduzir o número de faixas de rodagem, ampliar os passeios, instalar bares, restaurantes, facilitar os acessos pedonais ao centro da cidade, recriar o pontal e mais um ponto de acesso à Avenida, tudo é possível, necessário e urgente para vivermos a nossa Avenida.

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