quarta-feira, 31 de agosto de 2011

As Obras nas Vias rápidas..."Xanta Ingrácia" 3

"Ricas" Obras num "rico" País

Pachorrentamente como tem sido adjectivado nos artigos anteriores e por muita gente, cidadãos comuns que assistem impacientes ao desenrolar destas estruturas, umas necessárias, outras de interesse duvidoso e outras pode dizer-se que nem por isso.
Via Rápida Santo André-Barbuda
A Autoestrada (IP8) Sines-Espanha é segundo muitos, uma via estruturante como agora se diz, da economia Portuguesa que ligará o maior porto de mar da "praia lusitana" a Castela para que estes e não só, a possam utilizar para escoar e receber mercadorias (atenção que para o mesmo efeito será construída uma via férrea de alta velocidade). A transformação da actual via rápida entre Santo André e a rotunda da Barbuda em Autoestrada, salvo algumas pequenas obras de colocação de tubagens, entendo-a como uma obra desnecessária, megalómana e com um futuro muito duvidoso de interesse para os cidadãos. A prová-lo está a construção de uma via paralela destinada a ciclistas, tractores, "porra velhos" e a todos os veículos não automóveis - Gente com dinheiro a mais faz destas coisas.Outro bezilus  é a construção de Pontes (que posso calcular serem caríssimas não só pela estrutura em si, bem como a movimentação de terras que provocam e o tempo que levam a construir) que não levam a lado nenhum, tal como aquela em construção sobre a via rápida referida e que ligará os acessos praia das areias brancas ao aterro sanitário.

Tanto quanto me é dado saber, por interferência do ICN, não será possível construir uma estrada digna desse nome para a praia das areias brancas. Logo, iremos ter uma bela ponte sobre uma autoestrada que mais ano menos ano levará com uma portagem, e que dará acesso a coisa nenhuma o que só comprova o título deste texto. É uma questão de deixar passar o tempo.

Independentemente da forma e do tempo que estas obras estão a decorrer que já foram suficientemente criticadas pela forma displicente como são geridas há, para mim sem dúvida nenhuma, a montante alguma falta de visão de futuro, atendendo até, e principalmente, aos custos das mesmas. Temos de facto obras rodoviárias não muito longe daqui, e da tutela do mesmo instituto, essas sim que necessitariam de uma remodelação completa. Estas por cá, é óbvio que não vão agora destruir o que está feito mas, não seria MUITO MAIS BARATO E MUITO MAIS EFICIENTE construir-se uma pequena via de Santo André à praia e outra desta cidade ao aterro sanitário? Se calhar, só o preço da ponte dava para as duas vias e ainda sobravam umas massas, digo eu!


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Redução da TSU: um favor ao grande capital, um rombo na Segurança Social


Pela Importância que tem, transcreve-se texto integral

O anúncio do Governo PSD/CDS de proceder à redução da taxa social única, medida inscrita no Programa de submissão e agressão externa que o PS, o PSD e o CDS acordaram com o FMI e a União Europeia – constitui, para lá do que comporta de alteração em sentido negativo do modelo de financiamento da segurança social, uma transferência directa da riqueza produzida para os bolsos dos grupos económicos e financeiros e uma preocupante quebra de receitas para a segurança social.
Ao contrário do que dizem, o Governo ou aqueles que pretendem embolsar milhões de euros à custa dos trabalhadores, a redução da taxa social única não introduz qualquer ganho de competitividade no tecido económico nacional – que aliás em breve sofrerá as consequências dos brutais agravamentos do IVA sobre a energia eléctrica e o gás – como implicará, se a contrapartida for o aumento ou a reclassificação das taxas do IVA, um aprofundamento da contracção do mercado interno e do quadro recessivo em que Portugal se encontra e uma dupla contribuição dos trabalhadores para a segurança social, seja por via dos descontos directos, seja por via do IVA.
O PCP opõe-se à redução da taxa social única. Trata-se de uma medida que terá repercussões na degradação da situação financeira do regime contributivo dos trabalhadores tornando-o mais permeável às consequências da actual crise (desemprego, baixos salários, elevada evasão contributiva) e do seu mais que provável agravamento. Trata-se de subtrair receitas decisivas para garantir o direito à protecção social das novas gerações no âmbito do Sistema Público de Segurança Social. Trata-se de iludir a real causa dos níveis de competitividade da nossa economia e de atirar para cima dos ombros dos trabalhadores, dos reformados e do povo português um novo agravamento dos impostos e do custo de vida.
"in PCP -ver texto completo"

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Reflexão sobre a suposta vocação turística de Sines

Na caixa do correio


Numa altura em que podemos dizer que o Verão já acabou cá no burgo está na hora de fazer um balanço do que foi e é o turismo em Sines e se a aposta da Câmara Municipal de Sines é a mais correcta. 


Antes temos que reflectir sobre a suposta vocação turística da cidade se Sines e mesmo do Concelho (Porto Covo incluído). Sines apesar de contar com praias de muito razoável qualidade, pelo menos com bandeira azul há muitas, tem um clima geralmente ventoso que não propicia o turismo de Sol e mar que possa concorrer com o Algarve, ou sequer com a próxima Comporta ou Carvalhal por estes se encontrarem a Norte do Complexo Industrial a salvo das poeiras que respiramos e dos incessantes maus cheiros. 

O grande problema em termos turísticos é precisamente o antagonismo entre a cidade e o Complexo e enquanto não for resolvido esse conflito não haverá política de promoção turística que resista.Neste campo a Câmara até tem feito um esforço assinalável com a animação de Verão integrada no FMM, porém se virmos bem, quem enche o recinto das tasquinhas são os locais e das redondezas, basta comparar a afluência no fim-de-semana e nos dias de semana. 

A grande incapacidade da CMS tem sido a resolução do problema do Parque de Campismo que poderia ajudar na promoção de um turismo mais massificada em vez da aposta municipal no turismo cultural elitista de classe média/alta cuja disponibilidade financeira o leva para outras paragens. Onde o ar seja respirável e não cheire mal!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

KEEP CALM AND CARRY ON….Mantém-te Calmo/a e segue em frente..

Histórias de Vida…na caixa do correio 

Esta frase não lhe saía da cabeça. “Mantém-te calmo/a e segue em frente”.

Tinha sido criada, durante a 2ª Guerra Mundial, pelo Ministério da Defesa Inglês, para levantar o ânimo aos cidadãos face à brutalidade dos bombardeamentos de que as cidades inglesas eram vítimas.

Não conseguia manter-se calma e, muito menos seguir em frente sem se sentir frustrada e sobretudo humilhada. Todos os dias tentava, mentalizar-se que a situação em Portugal havia de melhorar, mas a desilusão com o que a rodeava era cada vez maior.

Tudo pelo que a sua geração tinha lutado e que tinha custado tanto a conquistar, estava a um passo de se desmoronar.

Direito ao trabalho, direito à saúde, direito à educação, direito a uma reforma digna após anos e anos de trabalho. Todos os dias acordava a pensar qual seria a surpresa que o Governo lhe/s reservaria naquele dia qual seria o direito que o governo lhe/s iria tirar nesse dia?

Já não podia ouvir o argumento de que teríamos de fazer sacrifícios pelo futuro, a bem das novas gerações.
Que futuro? Onde estavam os empregos para as novas gerações? No estrangeiro????? Qual estrangeiro?
Como se podia pensar em futuro se as medidas que o governo tomava eram as mais fáceis. Apenas, e apenas, se limitava a aumentar os impostos ?????
Mais uma vez sentiu náuseas ao ouvir o Ministro da Defesa. A culpa é sempre dos outros !!!!!!

Que POPULISMO !!!!!!!

Do acordo com a TROIKA só tinham retido o que lhes interessava, o aumento dos impostos para aumentar a receita.
Não era ingénua ao ponto de pensar que, no imediato fosse possível criar novos empregos, mas que pelo menos não aumentassem o desemprego ou que o tentassem reduzir por pouco que fosse.
Onde estava o tão apregoado orçamento de base zero na base do qual iriam governar ????
Será que o Senhor primeiro - ministro já se esqueceu do que disse?
Seria só ela que sentia náuseas cada vez que os ouvia falar?
O discurso do “Pontal” tinha-a tirado do sério. Deu consigo a falar sozinha para a televisão aos gritos.

- Vá, diga lá onde é que cortou na despesa? Diga? Onde estão as medidas de fundo?

Claro que não obteve resposta, nem ela nem os milhares de portugueses que iriam ficar sem uma parte do seu Subsídio de Natal e que cada vez tinham menos dinheiro para os bens essenciais!!!!

Calma, iria manter-se certamente, seguir em frente também, mas não iria deixar, por preço algum, de manifestar a sua opinião de que as medidas eram injustas e apenas superficiais, embora lhe começasse a dar vontade de fugir para bem longe daqui.
Porque que é que só os rendimentos de trabalho eram penalizados? Onde estava a contribuição dos rendimentos de capital para ajudar a superar a crise?

Certamente que não estava na venda do BPN a preço de saldo !!!!

-“Mantém-te calma e segue em frente, mas não deixes que te calem, nunca desistas do direito à indignação”- deu consigo a pensar, quando desligou a televisão farta de ouvir tanta baboseira.. KEEP CALM AND CARRY ON!!!!!!

domingo, 14 de agosto de 2011

Saúde a quanto obrigas...

A Saúde é um direito e sem ela nada feito

Mas, ao fim de semana ou feriados se os cidadãos do Litoral Alentejano ou quem nos visita precisarem de fazer um qualquer tratamento de enfermagem só tem duas hipóteses onde recorrer:

HLA
Clinica Privada

Porquê?

Porque os centros de saúde estão fechados!

Como o HLA principalmente nesta altura está muito concorrido, nada mais resta aos cidadãos do que pedir por favor a um ou outro enfermeiro que conheçam, para que pagando, possam fazer o favor de lhe dar uma injecção ou fazer curativo a algum ferimento.

É de facto curiosa este tipo de gestão dos Centros de Saúde Públicos (de todos nós), que durante os dias de semana funcionam em horários de escritório e ao fim de semana fecham para descanso do pessoal como se a saúde ou neste caso a falta dela tivesse horas pré-determinadas.
Só falta de facto fecharem para férias do pessoal.

Parece-me assim que a revisão da constituição da república que os "troikos" apregoam a propósito da crise que construiram para atacar a saúde, a educação, o trabalho e a cidadania, se vai fazendo  à margem da própria sede e, o povo se vai calando...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

TSU a baixar - IVA a SUBIR. A quem serve isto?

Aí está o Governo a servir os "Tubarões"

Se alguém tinha dúvidas sobre os desígnios dos Governos de direita, e que fervorosamente, defende a tal economia de mercado onde haja menos Estado e melhor Estado, aqui está mais uma medida onde o Estado deixa de o ser para se submeter ás exigências da "finança" e do roubo generalizado dos cidadãos.

Todos sabemos que ao longo dos últimos mais de dez anos que a Segurança Social (aquele serviço que nos paga as reformas e pensões, os subsídios de doença, o RSI, o Apoio à Infância e 3ª idade, os subsídios de desemprego, etc), tem as contas muito apertadas pela redução das contribuições derivadas dos mais variados factos, entre os quais o aumento do desemprego que faz aumentar a despesa e reduzir consequentemente a receita.

A acrescer a isto tudo há o "buraco" no fundo de estabilização financeira da SS que durante os anos 2003 a 2005 quando governavam Durão Barroso e Santana Lopes com Bagão e Portas pelo meio, não meteram sequer "um tusto" naquele fundo. É importante referir que aquele fundo, deve manter-se suficientemente estável para em caso de crise agravada nas contas do estado, possa servir de almofada para durante um ano permitir pagar reformas e pensões.

Assim, a Segurança Social é uma instituição solidária que vive à custa de quem paga (Trabalhadores e Empresários) e está visto com muitas dificuldades por razões óbvias.

Quando se propõe baixar a Taxa Social Única para as Empresas (mas pelos vistos não é para todas), no meu entender está implícita a destruição financeira da Segurança Social, a não ser que o aumento do iva nos bens e serviços seja transferido directamente para a Segurança Social. Claro que isto só acredita quem quer ou quem for "burro". Porque será que  a redução da TSU não desce também para os trabalhadores?

É lugar comum dizer que este Governo pretende destruir todos os benefícios que eu chamo direitos, emergentes dum Estado Social, arduamente conquistados há muitos anos pela sociedade civil. Mas isto é mesmo Verdade!

O Pontapé de saída sobre este ataque à Sociedade é importante não esquecermos que foi dado pelos Governos anteriores "xuxialistas" que tendo o apoio maioritariamente popular, governaram à direita e sempre com os mesmos objectivos da direita.

O Povo quando correu com aquela corja foi  e é soberano e não votou nesta "senhora" porque gostaria de o ver no poder, Votou contra Sócrates e seus muxaxos pela "merda que foram fazendo ao longo dos anos.

Agora, lixamo-nos todos, excepto alguns Tubarões que dominam cada vez mais o mundo.

Nunca os Estados estiveram tanto nas mãos dos Tubarões da Finança e da especulação.

Dar a volta a isto será uma tarefe muito difícil mas, Não Impossível. Onde anda o ânimo?
ef

domingo, 7 de agosto de 2011

«os pobres são muitos e já estão habituados»

Paulatinamente, ao ritmo de uma medida por semana, vem o actual Governo implementando um conjunto de medidas com que se pretende restringir drasticamente direitos sociais e direitos laborais, juridicamente garantidos, conquistados ao longo de muitas décadas.Há duas semanas foi o imposto sobre o 13.º mês (50%), a semana passada foi o aumento de 15% do preço dos transportes públicos, esta semana o pacote laboral.Estas decisões apresentadas como inapeláveis, e onde começam a surgir tenuamente tiques ditatoriais (veja-se a posição assumida pela presidente da Assembleia da República sobre o direito de parecer das organizações dos trabalhadores na discussão do pacote laboral), são-nos apresentadas como consequência da situação económica doPaís que, dizem, não comporta os custos desses direitos.
Como inserir neste discurso o vencimento do agora nomeadopresidente da CGD que vai auferir mensalmente mais de 46 salários mínimos?!! O princípio de que o País não comporta determinados custos não se aplica aqui?
O desfasamento entre os salários dos trabalhadores portugueses e o custo de vida cresce exponencialmente tornando-se incomportável e insuportável para a maior parte da população. Inversamente, até ao momento, não foi apresentada uma única medida que penalize o capital.
Aliás, esta medida de um aumento brutal do preço dos transportes visa, essencialmente, sanar as empresas públicas de transportes das dívidas existentes para depois as privatizar. Ou seja: aqui vamos todos fazer mais um esforçozinho para dar uma ajuda ao capitalismo a braços com uma crise que ele próprio criou.
Esta crise não é nossa – é uma crise do capitalismo que, «democraticamente» nos impõem que paguemos.
Estas decisões fazem lembrar uma frase atribuída ao ditador Salazar, que continua bem vivo na memória colectiva do nosso povo – um dia perante uma decisão que apenas penalizava os mais pobres, alguém o questionou pelo facto de os ricos não serem afectados, ao que ele terá respondido «os pobres são muitos e já estão habituados».
Ao poder político aqui fica o recado – o povo português jamais aceitará ser de novo tratado da mesma forma.
in “Avante!” nº 1965 de 28.07.2011

sábado, 6 de agosto de 2011

A capacidade de indignação


“Não há volta a dar-lhe. Neste pobre País, por maior que seja a infâmia, é escusado esperar de alguém qualquer assomo de repulsa. Todos fazem de conta. O aviltamento chegou a tal ponto que já nem a natural revolta dos ofendidos se entende. Temos ainda o nome de homens. Mas perdemos o mais elementar dos seus atributos, aquele que o próprio Cristo assumiu, com todas as consequências: a capacidade de indignação.”

Miguel Torga – Diário( Janeiro 1979)